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Fãs celebram Lô Borges na esquina que marcou sua história

O cruzamento que deu origem ao Clube da Esquina foi o local escolhido para homenagear Lô Borges, que morreu neste domingo (2), aos 73 anos

Fãs se reuniram para homenagear Lô Borges, que morreu neste domingo (2)

A esquina entre as Ruas Divinópolis e Paraisópolis, no bairro Santa Tereza, na Região Leste de Belo Horizonte, se tornou ponto de encontro de dezenas de fãs do cantor e compositor Lô Borges na noite desta segunda-feira (3). O cruzamento que deu origem ao Clube da Esquina foi o local escolhido para homenagear o artista, que morreu neste domingo (2), aos 73 anos.

Lô Borges morreu em decorrência de falência múltipla de órgãos. Ele estava internado em um hospital particular de Belo Horizonte desde o dia 18 de outubro. “A Unimed-BH se solidariza com a família, amigos e fãs pela irreparável perda para a música brasileira”, informou o hospital.

Durante as homenagens, fãs cantaram alguns dos sucessos de Lô Borges. Fotos do artista também foram projetadas em imóveis da região. Uma faixa foi estendida com uma mensagem de carinho: “Celebramos a arte e a vida de Lô Borges.”

O velório de Lô Borges será aberto ao público e acontecerá nesta terça-feira (4), das 9h às 15h, no Foyer do Grande Teatro Cemig Palácio das Artes, no Centro da capital mineira. O sepultamento ocorrerá logo após o fim do velório e será restrito a familiares e amigos próximos.

Quem foi Lô Borges

Salomão Borges Filho nasceu na capital mineira em 10 de janeiro de 1952 e se consagrou, no decorrer dos anos, como um dos principais nomes da Música Popular Brasileira (MPB). Ao lado de Milton Nascimento, o Bituca, e Beto Guedes, ele ganhou reconhecimento pela atuação no Clube da Esquina.

O movimento, criado na esquina das ruas Paraisópolis e Divinópolis, no bairro Santa Tereza, na região Leste de Belo Horizonte, foi considerado uma revolução musical ao misturar gêneros como MPB, rock, jazz, folk e sons clássicos. Desde então, o Clube da Esquina ganhou repercussão em Minas e no Brasil.

Em 1972, aos 20 anos, ele co-assinou com Milton o álbum duplo “Clube da Esquina”, considerado por muitos um dos maiores álbuns brasileiros de todos os tempos. O disco carrega canções atemporais como “O Trem Azul”, “Paisagem da Janela” e “Um Girassol Da Cor Do Seu Cabelo”.

Com o passar dos anos, Lô Borges se consagrou como um compositor de melodia singular e teve canções gravadas por outros grandes nomes da MPB, como Elis Regina, Tom Jobim, Skank, Flávio Venturini, Nando Reis, 14 Bis, entre outros. Atualmente, o artista conta com mais de 14 discos lançados, sendo o último, “Céu de Giz”, lançado em conjunto com Zeca Baleiro, em agosto de 2025.

Entre os principais reconhecimentos musicais de Lô, está a indicação ao Grammy Latino 2023, na categoria “Melhor Álbum de Rock ou Música Alternativa em Língua Portuguesa” pelo álbum Não Me Espere na Estação, parceria com o letrista mineiro, César Maurício.

No Spotify, Lô Borges conta com cerca de 500 mil ouvintes mensais. Entre as canções mais ouvidas está “Um Girassol Da Cor Do Seu Cabelo”, além de “O Trem Azul” e “Paisagem da Janela”.

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André Viana é jornalista, formado pela PUC-MG. Já trabalhou como redator e revisor de textos, produtor de pautas e conteúdos para rádio e TV, social media, além de uma temporada no marketing.
Pablo Paixão é estudante de jornalismo na UFMG e estagiário de jornalismo da Itatiaia