Carlinhos de Jesus,
Segundo Carlinhos, após “uma vida inteira dedicada à dança”, estar em uma cadeira de rodas hoje causou um “choque”. Em depoimento à revista Veja, ele destacou que os dias têm sido “difíceis e cheios de incerteza”.
Ele se recorda das “maratonas carnavalescas na Marquês de Sapucaí, quando coreografava comissões de frente da Mangueira e da Portela, e também dos tempos em que ensinava adolescentes em situação de vulnerabilidade”.
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“Minha saúde era inabalável. Agora, preso em uma cadeira da qual só saio para andar distâncias curtíssimas de muleta, é como se tivesse perdido a habilidade que me define”, disse à Veja.
Descoberta da doença
Segundo Carlinhos de Jesus, até meses atrás, ele cumpria agenda de apresentações, palestras e programas diversos. Porém, “tudo mudou” em junho.
“Estava no meio de um trabalho no Rio Grande do Sul e comecei a sentir dores lancinantes no corpo. Voltei ao Rio e pedi à minha mulher que me levasse ao hospital para investigarmos a situação. Não estava aguentando mais tanto sofrimento”, recorda.
“Aí deram o diagnóstico: bursite bilateral nos quadris, associada a tendinite nos glúteos. Fiquei quinze dias internado, à base de morfina”, acrescenta.
Após a descoberta, Carlinhos iniciou uma lista de cuidados para retomar a vida. “Faço fisioterapia quatro vezes por semana, musculação outras quatro, acupuntura, e continuo com medicação”.
Sobre a causa da doença, ele destaca que é “incerta”, no entanto, “o impacto acumulado de uma vida toda dançando” pode ter contribuído. “Em meio à dor que persiste, sigo adiante, me adaptando como posso às circunstâncias.”
Conforme Carlinhos, “a dança sempre foi um alicerce” e lhe ajudou a lidar com “vários lutos”, como a morte do sobrinho, dos pais e do filho, que foi assassinado aos 32 anos no Rio de Janeiro.
“Já fiquei sem chão muitas e muitas vezes e superei. É o que vai acontecer agora. Tenho fé e batalho com todas as ferramentas que estão ao meu alcance para sair dessa cadeira. À noite, quando fecho os olhos, me vejo de pé outra vez. Olho para o futuro com otimismo. Uma certeza eu tenho: não importa o que aconteça, nunca vou largar a dança”, conclui.
Diagnóstico
Recentemente, Carlinhos de Jesus falou sobre o
“Já há algum tempo venho sentindo dificuldades para andar, com dores que limitaram meus movimentos. Depois de exames e avaliações, recebi o diagnóstico de um quadro sério de bursite trocantérica bilateral, complicada com tendinite nos glúteos, também dos dois lados. Resultado: muita dor e mobilidade bastante comprometida”, relata.
“A recuperação está sendo lenta, mas firme. Tenho contado com um batalhão de aliados: fisioterapia, acupuntura, musculação e tratamento intensivo para as dores. A cadeira de rodas e a muleta estão aqui para me poupar, não para me parar”, destacou ele, que agradeceu “todo o carinho e a preocupação” do público.