Quase 50 anos depois do crime que abalou o Brasil, a história da socialite Ângela Diniz será contada na série “Ângela Diniz: Assassinada e Condenada”, uma produção que revisita um dos casos judiciais mais marcantes da nação. O projeto é uma colaboração da HBO Max e a produtora Conspiração.
O assassinato de Ângela Diniz, cometido por seu então namorado Doca Street, tornou-se um símbolo na luta contra a violência de gênero e na mudança da percepção pública acerca dos feminicídios no Brasil. A nova série é inspirada no podcast “Praia dos Ossos”, da Rádio Novelo, e revisita a trajetória de Ângela Diniz, uma mulher que, ao buscar sua liberdade e autonomia, desafiou as normas sociais impostas às mulheres, sendo brutalmente punida por essa ousadia.
O último relacionamento da socialite culminou em tragédia, quando ela foi assassinada com quatro tiros à queima-roupa por Doca Street. Marjorie Estiano assume o papel de Ângela, enquanto Emilio Dantas interpreta Doca Street.
Cinebiografia de Ângela Diniz estreia nesta quinta (7); Relembre músicas sobre violência contra a mulher Atores reproduzem foto famosa de Ângela Diniz e Doca Street Reclusa, filha de Ângela Diniz comenta impactos do assassinato da mãe: ‘catastrófico’
Relembre o caso
Ângela, famosa por sua independência e estilo de vida audacioso para a época, foi assassinada com quatro disparos em sua casa de praia em Búzios (RJ), no dia 30 de dezembro de 1976. Ela havia iniciado um relacionamento com Doca Street poucos meses antes de sua morte.
Amigos de Ângela relataram que o então companheiro apresentava crises de ciúmes e a impedia de sair. O crime ocorreu após uma suposta discussão entre o casal.
O caso ganhou grande notoriedade e gerou controvérsias, especialmente após o julgamento de Doca Street. Em sua defesa inicial, ele alegou “legítima defesa da honra”, afirmando que apenas havia reagido a uma suposta agressão à sua dignidade.
Street foi condenado a apenas dois anos de prisão, uma pena que gerou indignação e inspirou movimentos feministas. A comoção nacional e a pressão popular resultaram em um novo julgamento em 1981, no qual Doca foi sentenciado a 15 anos.
A tese da “legítima defesa da honra” foi considerada inconstitucional pelo Supremo Tribunal Federal (STF) em 2023, pois fere os princípios da dignidade humana, da proteção à vida e da igualdade de gênero.
A série
A série conta com Antônio Fagundes no papel do advogado e ex-ministro do STF Evandro Lins Silva; Thiago Lacerda como Ibrahim Sued; Camila Márdila interpretando Lulu Prado e Yara de Novaes no papel de Maria Diniz. O elenco ainda inclui Thelmo Fernandes, Renata Gaspar, Tóia Ferraz, Carolina Ferman, Joaquim Lopes, Emílio de Mello, Marina Provenzzano, Maria Volpe, Gustavo Wabner, Ester Jablonski, Pedro Nercessian, Deco Almeida, Stepan Nercessian, Daniela Galli, Priscila Sztejnman, Tatsu Carvalho, Charles Fricks e Alli Willow.
Sob a direção de Waddington, a série foi escrita por Elena Soárez (“O Mecanismo”, “Casa de Areia”, “Filhos do Carnaval”), com a produção executiva sob a responsabilidade de Waddington, Lorena Bondarovsky e Renata Brandão.
*Com CNN Brasil