“Eu fui violentada e tive que fazer um aborto três meses depois. Seis meses depois [do abuso], eu estava em um ‘sanatório’ e fui diagnosticada”, contou Renata, de 44 anos, afirmando que a violência afetou profundamente sua saúde mental.
Ela relatou que foi dopada durante uma confraternização da empresa onde trabalhava na época. “Já saí do local [da festa] dopada. Não sei de que forma isso aconteceu. Havia bebidas na festa, e eu bebi. [...] Não sei, até hoje, qual foi a droga colocada. Fiquei enlouquecida por quase três dias.”
O abuso, conforme descreveu, ocorreu após aceitar carona de um colega. Por medo da hierarquia da empresa, Renata optou por não denunciar. “Não processei, nem denunciei, nem me pronunciei a respeito. Tinha 23 anos e ainda era contratada por uma empresa. [...] Foi muito confuso entender como havia acontecido.”
Ela também relatou os efeitos duradouros do trauma: “Passei mais de 10 anos com esse luto. [...] Diversas vezes, dentro das minhas crises em que ocorre a neurose e a paranoia, já briguei com homens no meio da rua. Por quê? Porque a minha mente vai para aquele lugar de 20 anos atrás.”
Renata revelou que foi internada duas vezes por conta de consequências psicológicas da violência, enfrentando crises, pensamentos suicidas e dependência de medicamentos. Hoje, ela afirma estar em um momento de maior estabilidade emocional.