O filme Conclave, que foi o grande vencedor do Bafta 2025 - conhecido como “Oscar britânico” - neste domingo (16), conta sobre o processo de eleição de um papa.
O longa-metragem, dirigido por Edward Berger, concorre a 8 categorias no Oscar: melhor filme; melhor ator (Ralph Fiennes), melhor atriz coadjuvante (Isabella Rossellini), melhor roteiro adaptado, figurino, trilha sonora, direção de arte e montagem. Na história, o cardeal Lawerence, vivido por Fiennes, tem a responsabilidade de coordenar a eleição de um novo papa. O roteiro expõe uma disputa entre cardeais conservadores e liberais e conspirações envolvendo os responsáveis pela eleição secreta.
Na realidade, a Igreja Católica conviveu com dois papas recentemente: Bento XVI renunciou ao papado em 2013 e Francisco foi escolhido o novo líder da igreja. Bento XVI, como papa emérito, viveu no Vaticano até a morte, em 31 de dezembro de 2022.
Saúde de Francisco
No Vaticano, a saúde do papa Francisco inspira cuidados. Internado há quatro dias, o sumo pontífice foi diagnosticado com infecção polimicrobiana e passa por situação ‘complexa’, conforme comunicado do Vaticano. Desde 2021, ele já foi internado cinco vezes, com pneumonia, diverticulite, bronquite e para realizar uma cirurgia abdominal.
Como funciona um conclave?
O conclave é o processo pelo qual a Igreja Católica elege um novo Papa, seja devido à morte ou a renúncia do líder anterior.
Neste processo, o Colégio dos Cardeais é convocado e se reúne na Capela Sistina. Diante do “Juízo Final”, pintado por Michelângelo entre 1536 e 1541, todos com menos de 80 anos votam e podem ser votados.
Assim, os bispos ficam isolados do mundo exterior e escrevem o voto em um papel. É daí que vem a palavra ‘conclave’, que deriva do latim cum clave - “com chave” - referindo-se ao isolamento dos religiosos durante a eleição. O isolamento busca garantir que a escolha do novo Sumo Pontífice ocorra sem influências externas.
Votação no conclave
São feitas duas eleições por dia, uma de manhã e outra à tarde, e será eleito o cardeal que, numa dessas eleições, obtiver 2/3 dos votos dos presentes.
Três cardeais são escolhidos para fazer a contagem dos votos (os escrutinadores). Conferem, após cada eleição, se o número de cédulas é igual ao de cardeais presentes. Se algum deles for escolhido com 2/3 de votos, estará eleito; se aceitar o cargo, então, é queimada uma fumaça branca no incinerador da Capela Sistina.
Se após a segunda eleição do dia não houver ainda um eleito, então, queima-se uma fumaça negra que sai na chaminé da Capela, na Praça de São Pedro. Após cada eleição as cédulas são todas queimadas pelos escrutinadores.
O papa eleito é apresentado ao povo na sacada da Basílica de São Pedro: seu primeiro ato é dizer por qual nome será conhecido.
Em 2013, o cardeal argentino Jorge Mario Bergoglio foi o escolhido após cinco votações e escolheu o nome de Francisco, sinalizando em que direção gostaria de conduzir a igreja, no caso, pelo exemplo de São Francisco de Assis. Bergoglio foi o primeiro papa latino-americano e o primeiro de formação jesuíta. Francisco é o 266º papa da história da Igreja Católica.
Últimos papas
A renúncia do papa Bento XVI foi anunciada na manhã do dia 11 de fevereiro de 2013, quando o Vaticano confirmou que ele renunciaria ao papado em 28 de fevereiro. A decisão de Bento XVI em renunciar ao cargo de líder da Igreja Católica, por motivos de saúde, o tornou o primeiro papa a abdicar do posto desde o papa Gregório XII, em 1415.
Os últimos 10 papas:
- Francisco (Argentina) (2013- presente)
- Bento XVI (Alemanha) (2005-2013)
- João Paulo II (Polônia) (1978-2005)
- João Paulo I (Itália) (1978)
- Paulo VI (Itália) (1963-1978)
- João XXIII (Itália) (1959-1963)
- Pio XII (Itália) (1939-1958)
- Pio XI (Itália) (1922-1939)
- Bento XV (Itália) (1914-1922)
- Pio X (Itália) (1903-1914)