A primeira
Antes da personagem, outra bonecas negras da Mattel já existiam, mas não ocupavam o papel principal, sendo coadjuvantes, apenas amigas da Barbie. Até que, em 1980 “nasce” a Black Barbie.
Até então, as bonecas de pele escura apresentavam o mesmo design da Barbie, apenas em um tom de pele diferente. Ou seja, os modelos não forneciam uma representação precisa de uma mulher negra e suas características.
A criadora da Black Barbie foi Kitty Black Perkins, que trabalhava como designer de moda na Mattel. Ela não teve nenhuma boneca Barbie na infância, e só comprou um exemplar da personagem aos 28 anos, depois de uma entrevista de emprego para a marca.
Em um documentário da Netflix chamado “A primeira Barbie negra”, Kitty conta que queria que as bonecas se parecessem com ela. “Eu coloria a pele das bonecas de papel”, afirma. A profissional queria que a situação fosse diferente para as crianças da época: “quando criei esta boneca, havia uma necessidade de que a garotinha negra realmente tivesse algo com que pudesse brincar que se parecesse com ela”, diz. Além de idealizar a boneca, a designer também é a primeira mulher negra a ocupar o cargo na Mattel.
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O objetivo de Kitty era que a boneca “fosse capaz de fazer as mesmas coisas que a boneca branca fez, mas apenas adicionar um pouco mais de tempero”. Pra isso, ela deixou de lado os longos cabelos loiros e escolheu um cabelo afro curto e natural, além de lábios mais cheios e um nariz mais largo.
Homenagens
Depois, outras bonecas negras foram lançadas pela Mattel. Kitty desenvolveu, em seguida, a primeira linha exclusiva de bonecas negras para a Barbie, em 1991. Chamada “Shani and Friends, a linha apresentava três personagens: Shani, Asha e Nichelle, com tons de pele, cores de cabelo e texturas variados. A linha foi descontinuada em 1993, mas deu lugar às Asha Barbies - um trio de Barbies negras usando moda inspirada em tecidos africanos, lançadas no ano seguinte.
Atualmente, além das bonecas tradicionais, a marca investiu na coleção “Mulheres Inspiradoras”. A linha já homenageou mulheres negras que marcaram a história, como Maya Angelou, escritora, poetisa e ativista dos Estados Unidos, e Ida B. Wells, jornalista, sufragista, e socióloga norte-americana. Além delas, artistas como
*Sob supervisão de Marina Borges