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Retrato de Shakespeare vai ao espaço em celebração aos 400 anos da sua obra

A cena faz parte de uma série de curtas que reinterpretam os discursos do dramaturgo no século 21

Retrato de Shakespeare alcança a fronteira entre a Terra e o espaço em cena de curta-metragem

Para marcar o aniversário de 400 anos da obra de William Shakespeare, o cineasta Jack Jewers realizou uma proeza singular: enviou um retrato do autor britânico para a borda do espaço, junto com o discurso de uma de suas peças.

A produção faz parte de uma série de seis curta-metragens que reinterpretam discursos e poemas de Shakespeare para o século 21, explorando temas contemporâneos como a pandemia de Covid-19, a guerra na Ucrânia e a crise dos refugiados na Europa.

Anexado a um balão meteorológico, com câmera e rastreador GPS, o retrato de Shakespeare foi levado para a alta atmosfera da Terra - considerada a última fronteira antes do espaço.

A cena foi filmada para o curta-metragem “Lovers and Madmen” (“Amantes e Loucos”, em português), no qual uma jovem entra em um concurso de arte ao tentar colocar no ar um retrato de Shakespeare.

O vídeo, narrado por Tom Baker, conhecido por seu papel em “Doctor Who”, apresenta imagens da Terra vista do espaço enquanto o ator executa o discurso “Mais estranho que verdadeiro”, da peça “Sonho de Uma Noite de Verão”, escrita por Shakespeare entre 1595 e 1596.

Os curtas estão disponíveis online após a estreia em Londres, na Inglaterra, explorando a interseção entre o legado de Shakespeare e os desafios contemporâneos.

O diretor britânico Jack Jewers - conhecido pelos filmes inVERSE (2021), Shalom Kabul (2013) e Night School (2014) - celebra a universalidade da experiência humana através das obras de Shakespeare, ressaltando a atemporalidade do dramaturgo após mais de 400 anos da sua morte.

“Primeiro Fólio”

A produção comemora os 400 anos do “Primeiro Fólio” do dramaturgo, publicada em 1623, sete anos após a sua morte, com o título “Comédias, Histórias e Tragédias do Sr. William Shakespeare”.

A obra é uma coletânea com 36 peças teatrais do autor, que foi fundamental para a preservação das obras de Shakespeare. Foram publicadas aproximadamente mil cópias dos textos pelos colegas do dramaturgo.

Sem a coletânea, clássicos como “Macbeth”, “Romeu e Julieta” e “Hamlet” poderiam ter se perdido no tempo, porque não haviam outras versões impressas das peças.

“Tudo o que nos tem acontecido nos últimos anos de convulsão – doenças em massa, preocupações com a imigração, protestos, conflitos na Europa, um desejo crescente de desafiar a autoridade e falar a verdade ao poder – também estava acontecendo em 1623, quando o Primeiro Fólio foi publicado”, disse Jewers em nota.

“Os paralelos são estranhos e as palavras de Shakespeare estão mais frescas agora do que nunca na sua capacidade de falar poderosamente às nossas vidas contemporâneas”, acrescentou.

Quem é William Shakespeare?

William Shakespeare foi um renomado dramaturgo e poeta inglês, amplamente considerado um dos maiores escritores da língua inglesa. Ele viveu durante o final do século XVI e o início do século XVII.

O autor é conhecido por suas numerosas obras teatrais, que abrangem uma variedade de gêneros, como tragédias (“Hamlet”, “Macbeth”, “Romeu e Julieta”), comédias (“Sonho de Uma Noite de Verão”, “Muito Barulho por Nada”) e peças históricas (“Henrique V”, “Ricardo III”).

William Shakespeare morreu em 23 de abril de 1616, mas seu legado segue vivo até os dias de hoje. Suas contribuições para a literatura e o teatro são vastas, e seu trabalho continua a ser estudado, encenado e apreciado em todo o mundo.

Alcançar a fronteira entre a Terra e o espaço foi o seu último ato.

*Com informações de CNN

Formado em Jornalismo pela UFMG, com passagens pelo jornal Estado de Minas/Portal Uai. Hoje, é repórter multimídia da Itatiaia.