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Luísa Sonza fugiu para o México após ameaças de morte

Em “Se Eu Fosse Luísa Sonza”, a cantora mostra suas vulnerabilidades, suas facetas enquanto artista e alguns dos momentos mais complicados da sua vida

“Se Eu Fosse Luísa Sonza” estreou nesta semana na Netflix

Luísa Sonza enfrentou uma enxurrada de acusações após se separar de Whindersson Nunes, em 2020. No documentário “ Se Eu Fosse Luísa Sonza” - lançado pela Netflix nesta semana -, o humorista explica o motivo da relação chegar ao fim. “Já não conversava, não tinha mais aquela vontade [...] A gente dormia junto, tudo que um casal fazia, menos o amor do casal”, declarou.

Após o fim da relação, Luísa precisou lidar com milhares de críticas, que mais tarde se tornaram algo muito sério. À época, ela trabalhava no Doce 22, álbum que traça o ano que ela tinha a idade. Aconselhada por sua equipe a se pronunciar apenas na música, a artista permaneceu em silêncio por um bom tempo, até que em uma madrugada ela pegou o celular e respondeu um comentário.

“Eu não traí ninguém. Nunca. Eu nunca nem se quer larguei alguém, pra início de conversa”, diz parte do texto escrito por Sonza no X, antigo Twitter. A partir dali, Whindersson começou a ser duramente criticado e, pela primeira vez, se pronunciou negando ter sido traído.

Porém, os ataques a Luísa não demoraram muito a voltar. João Miguel, filho de Whindersson e da então namorada Maria Lina, nasceu com pouco mais de cinco meses, morreu após dois dias e a cantora foi culpada pela morte do bebê. Naquele dia, as tags “assassina”, “Luísa Sonza” e “Whindersson” ocuparam o topo das redes sociais.

Isso levou a equipe de Sonza a tomar medidas drásticas. Questionada sobre o efeito do ódio, a voz de “Chico” respondeu: “Ah gente, eu não sei responder sobre isso, eu não sei ainda quais são os efeitos… então tem muita coisa que eu não sei lidar e talvez nunca descubra”, disse em lágrimas. Ela acrescenta: "É ruim até admitir que o outro te afete tanto assim.”

Os pais de Luísa Sonza receberam várias ameaças de morte e a cantora sentiu o impacto do ódio das pessoas. Em um dos áudios exibidos no documentário, um dos agressores dispara: “Vocês vão pagar caro por isso. O filho do Whindersson morreu por causa de você. Vamos comer sua família todinha, vamos de desossar, tocar fogo em você. Sua vida agora vai virar um inferno.”

André Corga, diretor artístico da artista, recorda: “Ela recebia fotos de mulheres mortas no telefone dela, no direct dela, então ali foi o auge da ameaça, foi o auge de falar, ‘não pisa no estado X porque você vai morrer.”

A equipe do Whindersson também entrou em contato dizendo que o humorista estava recebendo muitas mensagens de pessoas afirmando que iam matar a cantora para se vingar por ele.

“A gente teve que tirar ela daqui. Estava tudo pronto pra subir, estava tudo nas plataformas. E a gente teve que falar: desliguem as máquinas”, contou Corga.

Luísa foi levada para o México e o álbum Doce 22 precisou ser adiado. No país, ela ficou por cerca de 15 dias. “Mas, assim, não se cura uma cabeça em quinze dias no México. Imagina”, comentou Flavio Verne, coreógrafo da artista.

Em julho de 2021, com um mês de atraso, Luísa lançou o Doce 22 em meio ao furacão que estava lidando. O álbum se tornou a virada de chave na carreira dela.

O documentário “Se Eu Fosse Luísa Sonza” é dividido em três episódios: “O Mundo é um moinho”, “Eu sou a minha pior hater” e “Escândalo íntimo”. Desde seu lançamento, ele ocupa o Top 1 da Netflix Brasil e Portugal.

Patrícia Marques é jornalista e especialista em publicidade e marketing. Já atuou com cobertura de reality shows no ‘NaTelinha’ e na agência de notícias da Associação Mineira de Rádio e Televisão (Amirt). Atualmente, cobre a editoria de entretenimento na Itatiaia.