Conforme Preta, ela foi vaiada por três mil pessoas no Teatro Castro Alves. “Fui participar de uma palestra super séria chamada ‘Mulher com a palavra’ em Salvador, era uma palestra de mulheres negras [...] Fui contar uma história sobre minha vida e eu falei: ‘eu que sou uma típica mulata brasileira’. Veio uma vaia no fundo do teatro e eu não entendi que era pra mim”, recorda.
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Pouco depois, em conversa com Rita Batista, Preta soube que a origem da palavra era racista. “Eu fiquei chocada. Meu Deus, como não sabia disso? Logo depois eu fiquei muito constrangida por não saber aquela informação, eu realmente não tinha noção daquilo”.
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Além disso, durante a palestra, ela citou outra palavra racista. “Eu ainda falei ‘não ligo para as pessoas que ficam me denegrindo na internet’. Aí, querida, a vaia veio com tudo quando falei ‘denegrindo’. Aí eu pedi. Soube do significado no mesmo dia que é ‘diminuir por ser negro’”, comenta.
“Nem foi o primeiro, mas foi um cancelamento ao vivo. Rapidamente ele também foi pra internet porque as pessoas que estavam no evento foram comentar: ‘que despreparo’. Ainda mais eu, que me chamo Preta e não tinha a menor noção daquilo!”, destaca.
Depois do ocorrido, Preta buscou estudar sobre o assunto e contou com a ajuda de Taís Araújo. “Liguei pra Taís Araújo, que é uma grande amiga minha, e falei, contei a história pra ela. Ela falou: ‘vou fazer um grupo de mulheres negras que podem te explicar mais sobre esses assuntos, e podem te acolher ou também algumas de criticar. Vamos criar um grupo’”.
Chamado de ‘Potências Negras’, o grupo existe até hoje, mas a atriz não faz mais parte. “A Tais não está mais no grupo! Eu não acreditei quando que apareceu assim, ‘Tais saiu do grupo’. Eu liguei pra ela, ela justificou na época, e ela tem toda a razão, o grupo era full time, 24 horas. É uma coisa complicada. O racismo não dá trégua. A demanda do grupo foi ficando grande, hoje tem quase 3.000 pessoas. E hoje a Tia Má [Maíra Azevedo] que é a grande [responsável]”.
Perguntada se ainda acompanha o grupo, Preta explicou que não só lê, mas é alertada por amigas quando enviam mensagens importantes. Após a sequência de gafes, a cantora disse que teve a ideia de escrever a peça: “Mais Preta que Nunca”.