O filme “Som da Liberdade”, sobre um ex-agente federal em uma missão para salvar uma criança de tráfico humano, lidera a bilheteria no Brasil há três semanas. Inspiração para o personagem principal do longa, Tim Ballard enfrenta acusações de assédio sexual de sete mulheres diferentes.
Ex-agente da especial do governo dos Estados Unidos, Ballard foi responsável por fundar, em 2013, a Operation Underground Railroad (OUR), ONG antitráfico infantil e sexual. Conforme informações da Vice, ex-funcionárias da organização o acusam de assédio sexual durante as operações que buscavam resgatar vítimas de tráfico sexual.
As sete mulheres envolvidas no caso optaram não expor as identidades por medo de retaliações. As vítimas relataram à Vice que Ballard pedia que fingissem ser esposas dele durante as ações da ONG no exterior para “enganar” os traficantes. Durante as missões, ele as coagia para que dormissem ou tomassem banho com ele.
Pelo menos uma das mulheres alegou ter recebido uma foto de Ballard de cueca, com tatuagens falsas. Outra vítima relatou ter sido questionada pelo ex-chefe sobre “quão longe iria” para salvar crianças. Fontes próximas à ONG também afirmaram que Ballard aplicou as mesmas técnicas de investidas sexuais em ex-voluntárias da OUR.
Em resposta à reportagem da Vice, a Operation Underground Railroad destacou que Tim Ballard renunciou à posição de presidente da ONG em junho deste ano - quando acusações começaram a surgir. A OUR reafirmou se “dedicar a combater o abuso sexual” e que “não tolera assédio ou discriminação por parte de qualquer pessoa da organização”.
Ballard segue afastado da organização e, segundo informações do portal Deseret News pretende concorrer ao Senado norte-americano. Conforme atualização realizada nesta terça-feira (10), cinco das dez vítimas entraram com ações judiciais contra o fundador da OUR, que inspirou o longa “Som da Liberdade”.
