Para quem não liga o nome à pessoa, uma das cenas mais divertidas do filme “Os Fabelmans” (2022), de Steven Spielberg, recupera o encontro do diretor de “E.T.” com aquele que ficou conhecido como principal representante do gênero faroeste. Ranzinza e rabugento, a figura de John Ford surge ainda mais temível na tela pela presença de seu indefectível tapa-olho, capaz de torná-lo um vilão típico de seus filmes.
Recordista na categoria melhor diretor, ele acumulou quatro prêmios Oscar ao longo de sua trajetória, e faleceu há meio século, aos 79 anos, tendo em seu currículo mais de 133 películas, sendo que a maioria entrou para a história da sétima arte, e permanece atemporal. Aproveitamos a efeméride para relembrar os clássicos desse cineasta.
“O Furacão”
A estreia de John Ford se deu com “O Furacão”, em 1917. Na ocasião, ele ainda assinava como Jack Ford, e, além de dirigir, também atuava. Infelizmente, essa preciosidade do cinema hoje é considerada perdida. Ainda assim, fica o registro de quem, longinquamente, John Ford já dava os primeiros passos na sétima arte. No mesmo ano, ele iria dirigir nada menos do que outros dez curtas, dada a sua obsessão.
“No Tempo das Diligências”
Clássico absoluto do cinema de faroeste e, por extensão, da obra de John Ford, “No Tempo das Diligências” chegou ao público em 1939, e alcançou uma enorme bilheteria, além de ter sido consagrado pela crítica. Logo, não foi surpresa para ninguém quando o filme levou o Oscar nas categorias melhor ator coadjuvante e melhor trilha sonora, sendo indicado como melhor filme, direção, direção de arte, fotografia e edição.
“A Mocidade de Lincoln”
John Ford resolveu se imiscuir na vida de uma personagem histórica em “A Mocidade de Lincoln”, de 1939. No longa-metragem, ele se detém na juventude do lendário político norte-americano Abraham Lincoln, em um drama que foi selecionado para integrar a Biblioteca do Congresso dos Estados Unidos. Henry Fonda desempenha o papel do protagonista, no elenco que ainda conta com a estrela Alice Brady.
“Como Era Verde o Meu Vale”
Em 1942, John Ford faturou o Oscar de melhor diretor pelo filme “Como Era Verde o Meu Vale”, que também levou a estatueta nas categorias ator coadjuvante, direção de arte, fotografia e filme. Baseado no romance homônimo de Richard Llewellyn, o longa-metragem demonstra toda a habilidade de Ford no drama, para além do faroeste. A narrativa tem como pano de fundo a grave crise social enfrentada nos Estados Unidos.
“Rastros de Ódio”
Mais emblemático filme colorido dirigido por John Ford, o faroeste “Rastros de Ódio”, de 1956, apresenta John Wayne em uma atuação mítica. Foi por conta dessa atuação que Ford ajudou a transformar Wayne em uma das principais estrelas da história do cinema. O longa-metragem traz todos os conflitos e elementos típicos dos filmes do gênero, mas consegue adensar a trama ao aprofundar as motivações das personagens.