Ouvindo...

Conar arquiva processo ético contra propaganda da Volkswagen com Elis Regina

Conselho Nacional de Autorregulamentação Publicitária não considerou que a peça publicitária teria ferido o Código Brasileiro de Autorregulamentação Publicitária

Elis Regina teve imagem recriada para propaganda

O Conselho Nacional de Autorregulamentação Publicitária (Conar) solicitou o arquivamento do processo ético que investiga uma propaganda da Volkswagen com uma aparição de Elis Regina. A imagem da artista morta em 1982 foi recriada por inteligência artificial para um vídeo que comemora os 70 anos da Volkswagen Brasil.

Na propaganda, Elis aparece fazendo um dueto com a filha, Maria Rita. A peça foi criada através da técnica de “deepfake”, que cria imagens realistas com rostos de pessoas a partir de fotos e registros em vídeo. A análise do Conar buscava entender se o uso de imagem da artista, que morreu aos 36 anos, teria ferido o Código Brasileiro de Autorregulamentação Publicitária.

O arquivamento considerou que a figura de Elis não foi desrespeitada, visto que a propaganda foi autorizada pelos herdeiros e ela aparece fazendo algo que fazia em vida. O colegiado do Conar também considerou que o uso da inteligência artificial não precisaria ser informado ao espectador, já que estava “evidente” na peça publicitária.

A Itatiaia solicitou um posicionamento da Volkswagen sobre a decisão do Conar, mas não obteve resposta até a publicação desta matéria.

Relembre campanha que gerou polêmica ao recriar imagem de Elis Regina

A propaganda que une Elis Regina e Maria Rita, filha da artista que tinha 4 anos quando ela morreu, foi criada em comemoração aos 70 anos da Volkswagen no Brasil. Maria Rita, aos 45 anos, aparece dirigindo enquanto canta a música “Como nossos pais”. Pouco depois, uma versão de Elis Regina criada a partir de inteligência artificial entra em cena dirigindo e junta à filha para um dueto.

A peça de publicidade gerou polêmica nas redes sociais envolvendo a criação da imagem de uma pessoa que já morreu em cenas ficcionais. Além disso, internautas também questionaram o fato de Elis sempre ter se posicionado de forma contrária à ditadura militar no país, que era apoiada pela fabricante de veículos.

Maria Clara Lacerda é jornalista formada pela PUC Minas e apaixonada por contar histórias. Na Rádio de Minas desde 2021, é repórter de entretenimento, com foco em cultura pop e gastronomia.