"É muito difícil como pai ter que lutar todo dia por justiça pelo meu filho. Hoje eu vivo na luta, né? Não consegui ainda ter o meu luto com relação ao meu filho. Como foi falado, não temos nem data ainda do júri. Os dois foram pronunciados, mas foi muita luta, apesar de todas as provas e do excelente trabalho feito pela Polícia Civil do Rio de Janeiro, toda materialidade do caso, mas continuar essa caminhada pedindo Justiça pelo óbvio, tentando provar o óbvio, não é fácil”, declara.
Lionel relembra a noite que Henry foi retirado do apartamento sem vida. “As câmeras mostraram três pessoas entrando naquele apartamento, dois adultos e uma criança, e sai dois adultos e uma criança morta. Ontem, ver o Linha Direta, ver essas imagens, ele saindo morto daquele apartamento no colo da mãe e ela sem demonstrar qualquer sentimento é muito triste pra mim como pai. Não dá pra imaginar que uma mãe poderia não proteger o filho dela”, comenta.
Patrícia Poeta destaca a importância de reviver o caso, mesmo que difícil, para que não seja esquecido e os responsáveis punidos. “Foram quatro ‘Fantásticos’. Todas as redes de TV, mais de 28 países pediram justiça pelo Henry, muitas materialidades, a Polícia Civil ficou um mês debruçada no caso com todas as provas, para fundamentar muito bem, mas, ainda assim, nós estamos há 2 anos e meio sem o júri, sem ver aqueles dois condenados. Outros casos já se passaram no Brasil, Flor de Liz, já teve justiça”, relembra Leniel.
Sobre a soltura de Monique Medeiros, ele afirma: “Fico consternado. Nunca iria imaginar que o STJ iria soltar a Monique [...] A Monique tá solta como eu e você sem nenhuma restrição, com todas as provas: a omissão, a tortura, saber disso e nada fazer e da possibilidade de participar no ato”.
Ele também comentou sobre a
Durante o programa, também foi exibido o momento que o perito contratado pela acusação, Fernando Esbérard, detalha as lesões sofridas por Henry. Ele explica que a criança teve três lesões na cabeça em sentidos diferentes, que não poderiam ser causadas por uma queda da cama. Além disso, comenta sobre as lesões nos braços, que indicam que a criança foi agarrada pelos membros.
“Foram 23 lesões, Patrícia. Henry sofreu muito naquela noite. É muito triste como pai saber que seu filho foi brutalmente assassinado, pedindo socorro e ninguém ajudou”, desabafa Leniel. Ele relembra que Henry morreu entre 23h30 e 0h00, porém as imagens de câmeras de segurança só mostram a criança saindo nos braços de Monique, com Jairinho ao lado, às 3h50 da madrugada.
“Quase quatro horas com meu filho morto e eles criando essas versões que já vimos. Versões de queda de cama, vimos versões de ter achado ele gelado. Só eu conto mais de sete versões daqueles dois. Só que eles não falam o que aconteceu naquela noite e nunca vão falar”, diz o pai de Henry.
“Monique ficou 12 horas no julgamento e não o que aconteceu naquela noite. Jairo fala que encontrou Henry desfalecido e não fala qual foi a dinâmica. Monique é muito dissimulada, ela fala que só Deus, Henry e Jairo poderiam falar”, acrescenta.
Lionel também relembra a lei “Henry do Borel”, criada após a morte do filho. “A omissão é crime. Foi muito difícil pedir justiça para avó, para a babá, que sabiam das agressões. ‘Ah, mas ela contou para a Monique’, mas ela não contou pra mim”, completa.
Ele recorda que Henry não queria mais ficar na casa mãe e comentou que o “tio”(Jairinho) havia o machucado. No entanto, ao questionar a avó, ela falava que “era coisa do Henry”. Lionel conta que só não procurou a polícia, porque não tinha provas. “Se eu fosse à delegacia e não mostrasse nada, a Monique tiraria o meu filho de mim”, disse. Ele comenta que se sentiria culpado se algo tivesse acontecido com Henry por causa disso. “Talvez teria colocado a corda no pescoço e pensado que aquilo tudo ocorreu por causa de mim”, afirma.
Ainda no “Linha Direta”, uma ex-namorada de Jairinho disse que foi agredida por ele e que a filha dela também.
O que disse a defesa de Jairinho e Monique no ‘Linha Direta’?
Claudio Dalledone, advogado de Jairinho, defendeu seu cliente durante o programa. “As investigações ainda não cessaram. A Polícia Civil levantou uma hipótese, essa hipótese é baseada em seis desastrosos exames indiretos de necrópsia e o que realmente aconteceu ainda não foi desvendado. As lesões apresentadas não estão comprovadas”. Ele completa: “Reiterando. O julgamento ainda não aconteceu”
Por outro lado, Hugo Novais, advogado de Monique, diz que ela não tem responsabilidade sobre a morte do filho. “Ela não tem nenhuma responsabilidade sobre a morte de Henry. Monique não praticou nenhuma conduta que desse ensejo a morte do seu pequeno filho”, declara.
A população pode denunciar, de forma anônima, casos de violação de crianças, adolescentes ou direitos humanos gratuitamente pelo Disque 100.