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Titãs voltam a se reunir nos palcos após 30 anos e relembram grandes sucessos

Grupo paulista é formado por Arnaldo Antunes, Nando Reis, Paulo Miklos, Tony Bellotto, Branco Mello, Sérgio Britto e Charles Gavin

Branco Mello, Charles Gavin, Arnaldo Antunes, Tony Bellotto, Sérgio Britto, Nando Reis e Paulo Miklos se reencontram no palco após 30 anos

A maior banda de todos os tempos da última semana e também da história da música brasileira. Assim são os Titãs. Formado inicialmente por nove integrantes, o grupo sempre se destacou pelo número inusitado em cima do palco e, ao mesmo tempo, pela verve de suas composições, que misturavam atitude punk, letras inspiradas pelo movimento concretista na poesia e um pendor para as baladas românticas com estética rock. Foi a partir dessa mistura que a trupe se notabilizou na década de 80, no auge do rock nacional...

Antes de gravar o primeiro álbum, em 1984, o conjunto sofreu a sua primeira perda, com a saída de Ciro Pessoa, que não queria se aliar à indústria fonográfica. Logo de cara, os Titãs apresentaram sucessos que os seguiriam durante toda a vida, como “Sonífera Ilha”, “Marvin” e “Go Back”, uma versão de Sérgio Britto para poema do tropicalista Torquato Neto. No final da turnê, a banda realizou uma nova alteração, com a troca de André Jung, futuro baterista do Ira!, por Charles Gavin. E estava feita a formação clássica do grupo paulista.

A sequência não foi menos impactante. Em 1985, Arnaldo Antunes, Branco Mello, Nando Reis, Tony Bellotto, Paulo Miklos, Marcelo Fromer, Sérgio Britto e Charles Gavin jogaram no mundo músicas como “Televisão”, que deu nome ao segundo disco, “Pra Dizer Adeus” e “Não Vou Me Adaptar”, sucessos atemporais.

Outros marcos importantes dessa trajetória foram os álbuns “Cabeça Dinossauro” e “Jesus Não Tem Dentes no País dos Banguelas”, de 1986 e 1987, que radicalizavam na temática social e política com um som cada vez mais agressivo. Desses discos explodiram as inesquecíveis “Polícia”, “Homem Primata”, “Bichos Escrotos”, “Família” e “Comida”, que eternizou o refrão “a gente não quer só comida/ a gente quer comida, diversão e arte”.

Em 2001, eles passaram pelo momento mais doloroso de todos esses anos, com a morte do guitarrista Marcelo Fromer, aos 39 anos, vítima de um atropelamento. A saída para as dores foi a música, com o álbum “A Melhor Banda de Todos os Tempos da Última Semana”, uma troça com o ritmo acelerado da lógica industrial, com faixas como “O Mundo é Bão, Sebastião!” e “Epitáfio”.

Lá se vão 30 anos desde que os integrantes dos Titãs se reuniram pela última vez. Agora, eles voltam ao palco para celebrar essa trajetória de altos e baixos, mas que sempre manteve a música em primeiro plano. O octeto mais famoso do Brasil hoje é um trio que conta com Tony Bellotto, Branco Mello e Sérgio Britto, mas está pronto para trazer à lembrança dos fãs os ecos daquele início que segue pulsando.