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Oposição articula PEC que permite ao Congresso derrubar decisões do STF

Proposta conta com 137 assinaturas, e a expectativa é que seja protocolada esta semana; frentes parlamentares anunciaram apoio público ao texto

Oposição articula PEC que permite ao Congresso derrubar decisões do STF.

Grupos da oposição no Congresso Nacional reúnem assinaturas para protocolar uma Proposta de Emenda à Constituição (PEC) que dará poder para os parlamentares revogarem julgamentos do Supremo Tribunal Federal (STF).

A proposta conta com 137 das 171 assinaturas necessárias para ser oficialmente apresentada.

Apoios

Algumas frentes parlamentares anunciaram, na terça-feira (26), apoio público ao texto do deputado Domingos Sávio (PL-MG).

Antes, no mesmo dia, o parlamentar esteve reunido na liderança do partido para debater estratégias dentro do Congresso Nacional para frear o que a oposição vem chamando de “ativismo judicial”.

O autor da proposta diz ter expectativa de finalizar o recolhimento de assinaturas ainda esta semana. Além da Frente Parlamentar Agropecuária (FPA), outras 15 frentes apoiaram a iniciativa, como a Evangélica e a da Segurança Pública.

Em nota, as frentes repudiaram o que definiram como “contínua usurpação de competência pelo Supremo Tribunal Federal em temas como legalização das drogas, descriminalização do aborto, direito de propriedade e legítima defesa, entre outros”, sob alegação de que tais temas são de competência do parlamento.

‘Usurpação de competências’

Após a reunião da FPA, o deputado definiu como “usurpação de competências” as atitudes dos membros da Suprema Corte. Apesar disso, ele nega que exista alguma afronta ao Judiciário.

“Nossa proposta se dirige a deixar claro o artigo 49, que relata as competências do Congresso Nacional. Não se mexe nas competências do Executivo nem do STF”, afirmou.

O artigo 49 da Constituição Federal trata sobre a atuação do Legislativo. O texto prevê a competência exclusiva do Congresso Nacional de “sustar os atos normativos do Poder Executivo que exorbitem do poder regulamentar ou dos limites de delegação legislativa”.

A partir disso, o parlamento poderia, por maioria Constitucional — três quintos da Câmara, em votação em dois turnos, e três quintos do Senado, também em dois turnos — sustar os efeitos de decisão no STF.

Sávio referiu-se aos magistrados do STF como “os 11 iluminados, que se julgam 11 Constituições ambulantes, cada um responde à Constituição à sua maneira”.

O deputado criticou a suposta tomada de decisões, por parte da Suprema Corte, no lugar do parlamento. “Se o Congresso não decidiu é porque entendeu que ainda não era o momento de decidir. Não decidir é uma decisão”, frisou.

A CNN procurou o STF em relação às acusações feitas pelo parlamentar. A assessoria da Suprema Corte informou que não comentará o assunto.

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