A ex-primeira-dama Michelle Bolsonaro negou ter recebido joias que entraram ilegalmente no Brasil e minimizou reportagem publicada pelo jornal Estado de S. Paulo sobre o assunto. Nesta sexta-feira (3), o jornal afirmou em reportagem que uma comitiva do governo de
“Quer dizer eu ‘eu tenho tudo isso’ e não estava sabendo? Meu Deus! Vocês vão longe mesmo, hein?! Estou rindo da falta de cabimento dessa imprensa vexatória”, escreveu Michelle em um story no Instagram, junto com a manchete “Governo Bolsonaro tentou trazer ilegalmente colar e brincos de diamante de R$16,5 mi para Michelle”.
Entenda denúncia
A reportagem cita que as joias entraram no país no dia 26 de outubro de 2021 dentro da mochila do militar Marcos André dos Santos Soeiro, que era assessor do então ministro de Minas e Energia, Bento Albuquerque. Ambos faziam parte da comitiva brasileira que foi ao país do Oriente Médio.
Quando os passageiros desembarcaram no aeroporto de Guarulhos, em São Paulo e passaram pela alfândega, funcionários da Receita Federal pediram para revistar a mochila. Neste momento, eles encontraram as joias de valor milionário.
O ex-ministro confirmou o caso ao Estadão, mas disse que não sabia o que havia dentro dos estojos onde estavam as joias.
Os objetos foram retidos pela Receita, já que a legislação brasileira prevê que para entrar no Brasil com produtos com custo de mais de R$ 1 mil, o passageiro deve pagar um imposto de importação de 50% do valor. Neste caso, para liberar as joias, a ex-primeira-dama teria que desembolsar aproximadamente R$ 8,25 milhões.
Além disso, no caso de o passageiro omitir que está entrando no país com um item com valor de mais de R$ 1 mil, a multa é acrescida em 25% - ou seja, mais R$ 4,1 milhões.
Sem pagar a multa, as joias ficaram retidas na Receita.
O atual ministro da Secretaria de Comunicação da Presidência da República, Paulo Pimenta (PT) compartilhou fotos das joias apreendidas e disse que o caso precisa ser investigado.
Ainda de acordo com a reportagem do Estado de S. Paulo, integrantes do governo Bolsonaro e o próprio ex-presidente da República fizeram diversas tentativas para tentar reaver as joias sem a necessidade do pagamento da multa, o que seria irregular.