O líder do grupo Wagner, Ievgeni Prigozhin, que neste sábado (24) foi classificado pelo presidente da Rússia Vladmir Putin como traidor do país, já teve uma relação próxima do Kremlin (sede do governo russo).
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Quem conta um pouco sobre a curiosa história do líder do grupo mercenário é a professora do departamento de Relações Internacionais da PUC Minas, Daniela Vieira Secches.
“O grupo Wagner tem uma relação próxima ao Kremlin, e seu líder, Ievgeni Prigozhin, é uma figura ligada às oligarquias russas nos anos 1990. O curioso é que ele se aproximou do governo pelo setor gastronômico, ele é chamado de ‘chef do Kremlin’ por ser um chef de cozinha mesmo. Ele passou a ter vários contratos de fornecimento de alimentação para o governo russo. É uma figura muito bem relacionada”, explica a professora.
Ela ressalta que o grupo Wagner, que tem uma participação significativa no conflito da Ucrânia, já foi contratado por outros regimes para atuar em disputas fora do território russo.
“É um grupo de mercenários que usa a força quando são contratados para fazê-lo. Ele foi criado em 2014 e atua na região do Donbass desde então. Além da atuação na Ucrânia, ele atuou também em conflitos na África e na Síria”, diz.
Após horas de tensão entre o grupo Wagner e o governo russo, as agências de notícias da Rússia e o governo da Bielorrússia informaram na tarde deste sábado (24) que a rebelião chegou a um acordo para encerrar a marcha contra Moscou.