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Backstreet Boys revive clássicos e reúne gerações na Esplanada do Mineirão, em BH

Boyband norte-americana completou sétima passagem pelo Brasil com show vibrante na capital mineira

Completando 30 anos, Backstreet Boys agitou multidão em BH

Os Backstreet Boys completaram, neste domingo (29), a sétima passagem pelo Brasil, e a terceira por Belo Horizonte, em um show na Esplanada do Mineirão. Celebrando 30 anos de carreira, a boyband norte-americana retornou ao país para dar continuidade aos shows da “DNA World Tour”, interrompida em 2020 pela pandemia de Covid-19.

Com a formação original, composta por AJ McLean, Brian Littrell, Howie Dorough, Kevin Richardson e Nick Carter, o grupo reuniu uma multidão entusiasmada, disposta a esperar por horas na fila do show e aguentar a chuva que atingiu Belo Horizonte durante a noite. Antes de chegar à capital mineira, onde esteve em 2011 e 2015, a boyband passou também pelo Rio de Janeiro, Curitiba e São Paulo.

Chuva, hits nostálgicos e cuecas

A chuva fraca, que ia e voltava antes e durante a apresentação, não minimizou a animação das cerca de 25 mil pessoas que lotaram os arredores do Gigante da Pampulha para reviver os clássicos da boyband norte-americana, muito menos dos músicos. “Não importa se está chovendo ou não, nós estamos aqui hoje para celebrar a música e o amor”, declarou Howie D. “Faça chuva ou faça sol, nós estaremos aqui dando o melhor show possível para vocês”, completou AJ.

A curadoria de músicas que fizeram parte do show tentou encapsular os 30 anos de história do grupo, que soma mais de 10 álbuns lançados, em 30 músicas. “Nós vamos levar vocês de volta no tempo”, prometeu Brian Littrell. A nostalgia se cumpriu ao som de grandes hits como “Get Down (You’re The One For Me)”, “Incomplete”, “Everybody (Backstreet’s Back)” e “We’ve Got It Going On”, sempre acompanhados pelas coreografias que eram tradição entre as boybands dos anos 1990.

“Vocês realmente amam os Backstreet Boys depois de todo esse tempo? É realmente difícil acreditar que isso tenha durado 30 anos”, brincou Nick Carter, o caçula do grupo, que completou 43 anos nesse sábado (28). O tema da idade foi discutido durante o show entre os integrantes, que se divertiram comentando quantos anos tinham na época de formação da banda. Agora, Kevin Richardson, o mais velho do grupo, já completou 51 anos.

“Eu estou tão grato por estar aqui nesta noite. O Brasil é muito especial para os Backstreet Boys”, disse Kevin em outro momento do show. “Vocês têm feito parte da nossa família por 30 anos”, completou o músico, que fez questão de usar o termo família em português ao apresentar a música “No Place”, uma homenagem às esposas e filhos dos membros da boyband, que emocionou os fãs.

Ao lado de AJ, Kevin foi protagonista de um dos momentos inusitados da noite. Levando os milhares de fãs à loucura, os músicos trocaram de roupa no palco, tampados por um trocador. “Retribuindo” calcinhas e sutiãs jogados por fãs ao longo dos anos de banda, os dois jogaram as cuecas para o público.

“Trintonas” com orgulho

Moradoras de BH e fãs de longa data da banda, as amigas Ana Paula e Jennifer aguardaram na entrada da Esplanada desde às 7h da manhã, ansiosas para o show. “Uma loucura, né? São três anos esperando a turnê voltar. A gente tinha ingresso pro show em São Paulo, no dia 27, aí quando eles vieram para BH, não dá pra sair. Vamos ficar aqui em casa mesmo”, brincou Jennifer.

Questionada sobre comentários de que o show era só para “trintonas”, Jennifer definiu a situação como algo normal, já que o público que acompanhou a boyband durante os anos 1990 não deixou a paixão de lado. “Assim como eles não são mais meninos, já são homens de mais de 40 anos, nós só estamos crescendo e acompanhando. São 30 anos de banda, mantendo os fãs e renovando gerações”, destacou.

De geração em geração

Mãe e filha, Kelly e Larissa Canellas comprovaram que o amor pela boyband transcende gerações. De Juiz de Fora, a dupla veio para Belo Horizonte só para poder assistir a boyband juntas pela primeira vez. A mãe, com 38 anos, é fã da banda desde os 13. Já Larissa, de 12 anos, cresceu ouvindo o grupo norte-americano, quase desconhecido para as amigas da pré-adolescente.

“Ela não tinha muita opção, cresceu ouvindo Backstreet Boys e, com cinco aninhos, já queria muito ir ao show. É a realização de um sonho para ela. Eu estou vendo eles pela segunda vez, mas ver ela vivenciando isso é maravilhoso”, disse Kelly. "É um momento muito especial, porque eu amo muito a minha mãe”, contou Larissa, que não conseguiu conter a emoção e deixou escapar algumas lágrimas ao abraçar a mãe.

Backstreet’s Back

Mostrando que “Backstreet’s Back” (Backstreet está de volta, em português), o grupo deixou claro que continua sendo um fenômeno capaz de cativar multidões. Em duas horas de apresentação, mais de 30 músicas e cinco trocas de roupa, os norte-americanos expuseram que o tempo não levou o título de fenômeno musical e só reafirmou o de boyband mais popular do mundo.

A afirmativa, que já não era dúvida para os fãs, foi confirmada com a primeira despedida da banda, ao som do clássico “I Want It That Way”. Ainda, depois de performar com gosto a mais recente e menos cativante “Don’t Go Breaking My Heart”, a banda encerrou a noite em grande estilo, com “Larger Than Life”. Revivendo clássicos, apesar das novidades não tão vibrantes, os Backstreet Boys mostraram que a fórmula da década de 1990 ainda dá frutos e encanta por onde passa.

Maria Clara Lacerda é jornalista formada pela PUC Minas e apaixonada por contar histórias. Na Rádio de Minas desde 2021, é repórter de entretenimento, com foco em cultura pop e gastronomia.