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Relembre grandes sucessos de Daniela Mercury, do axé ao romance

Cantora e compositora baiana surgiu como verdadeiro furacão nos anos 90 e se tornou referência do Carnaval e do trio elétrico

Daniela Mercury se consagrou na década de 1990 como ‘Rainha do Axé' e ‘Furacão da Bahia’

Daniela Mercury nasceu em Salvador no dia 28 de julho de 1965. A Rainha do Axé começou seu sucesso absoluto na música brasileira em 1986, como vocalista da Banda Eva. Em 1991, ela lançou o seu primeiro disco, que trouxe sucessos como “Swing da Cor” e “Menino do Pelô”, ambas com participação do Olodum. No ano seguinte, ela lançou “O Canto da Cidade”. A música-título é, até hoje, um dos maiores hits de toda a carreira da cantora Daniela Mercury.

“Protesto do Olodum” (axé, 1988) – Tatau

Um dos maiores sucessos carnavalescos de 1988, a música “Protesto do Olodum” contraria em muito a fórmula utilizada pela maioria para emplacar canções de axé no período. Com um texto forte que cobra melhorias do estado para a população nordestina em geral e de moradores do município de Cubatão, no interior de São Paulo, que sofriam com a poluição, e de Moçambique, assolada pela fome, a música de Tatau, um dos líderes do grupo Araketu, apela, como não poderia deixar de ser, ao exemplo de Nelson Mandela e Desmond Tutu na África do Sul.

Regravada por nomes como Banda Mel, Margareth Menezes e Daniela Mercury, recebeu um registro com a presença das duas últimas mais o seu autor para a trilha do filme “Ó Paí Ó”, de 2007, estrelado por Lázaro Ramos e Wagner Moura e ambientado no Pelourinho, tradicional bairro de Salvador. A música foi lançada em disco no mesmo ano de 1988, em “Núbia Axum Etiópia”, pelo bloco-afro de carnaval posteriormente transformado em grupo cultural Olodum, criado em 1979 na capital da Bahia.

“Swing da Cor” (axé, 1991) – Luciano Gomes

Identificado com os blocos afro-baianos de Salvador, o compositor Tote Gira criou “O Canto da Cidade” para exaltar a sua relação com o Carnaval da Bahia e a força dessa manifestação cultural junto à história do povo negro. A música chegou às mãos de Daniela Mercury, que realizou ajustes na letra a fim de torna-la mais universal, sem perder a essência negra e baiana.

Assim, em 1992, esse axé potente deu título ao disco lançado por Daniela, que a tornou uma estrela nacional. Pouco antes do lançamento, a cantora baiana realizou uma histórica apresentação no vão do MASP, em São Paulo, que parou o trânsito da capital e abalou as estruturas do Museu de Arte. “O Canto da Cidade” é, até hoje, um dos grandes sucessos do Carnaval em todo o Brasil. Um ano antes, Daniela estourou com “Swing da Cor”, com o Olodum.

“O Canto da Cidade” (axé, 1992) – Tote Gira e Daniela Mercury

Identificado com os blocos afro-baianos de Salvador, o compositor Tote Gira criou “O Canto da Cidade” para exaltar a sua relação com o Carnaval da Bahia e a força dessa manifestação cultural junto à história do povo negro. A música chegou às mãos de Daniela Mercury, que realizou ajustes na letra a fim de torna-la mais universal, sem perder a essência negra e baiana.

Assim, em 1992, esse axé potente deu título ao disco lançado por Daniela, que a tornou uma estrela nacional. Pouco antes do lançamento, a cantora baiana realizou uma histórica apresentação no vão do MASP, em São Paulo, que parou o trânsito da capital e abalou as estruturas do Museu de Arte. “O Canto da Cidade” é, até hoje, um dos grandes sucessos do Carnaval em todo o Brasil.

“À Primeira Vista” (balada, 1995) – Chico César

Em 1991, Chico César foi convidado para uma turnê na Alemanha. A boa repercussão o animou a investir em seu primeiro disco, “Aos Vivos”, de 1995, que já trazia o megassucesso “À Primeira Vista”, música que seria regravada por Daniela Mercury, já no ano seguinte. Em 1995, a balada também recebeu uma versão da multi-instrumentista Badi Assad. Entre os sucessos de Chico César também se destacam “Mama África”, “Deus Me Proteja de Mim”, “Onde Estará o Meu Amor”, “Estado de Poesia”, e etc.

“Para de Chorar” (axé, 2003) – Nelson Motta, Beto Garrido e Alexandre Peixe

Além das canções mais recentes, Daniela Mercury monta o repertório de seus shows com músicas que marcaram a sua carreira, iniciada em 1986, e que a transformaram no “Furacão da Bahia”, como ela passou a ser chamado depois de hits como “O Canto da Cidade”, “Swing da Cor”, “Nobre Vagabundo”, “Minas com Bahia” e “Rapunzel” estourarem nas rádios de todo país. “Sou especialista em músicas dançantes e rítmicas, que sempre trazem temas fortes”, aponta Daniela. Um exemplo é “Para de Chorar”, axé feito em parceria tripla com Nelson Motta, Beto Garrido e Alexandre Peixe, que a cantora lançou em 2003.

“Proibido o Carnaval” (axé, 2019) – Daniela Mercury

Em junho de 2019, nos 50 anos do levante de Stonewall, enquanto a polícia de Nova York se desculpava pela violenta repressão contra homossexuais que gerou a revolta, a cantora Daniela Mercury aproveitava a celebração do icônico movimento de libertação gay para protagonizar com a jornalista e mulher Malu Verçosa, o primeiro beijo entre duas mulheres no Congresso Nacional.

Esse misto de descontração e profundidade guiou a música “Proibido o Carnaval”. Ela causou alvoroço nas redes sociais em fevereiro, ao não poupar provocações para o conservadorismo de costumes. “Abra a porta desse armário/ Que não tem censura pra me segurar/ (…) Alegria cura, venha me beijar”, determina o refrão. Para completar, o videoclipe traz a participação especial de Caetano Veloso.