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Caso Rafaela Drumond: Polícia Civil conclui inquérito sobre morte da escrivã

O resultado do inquérito não foi divulgado e será analisado pelo Ministério Público, responsável por propor ação penal

Polícia Civil investigou se houve indução ao suicídio da servidora

A Polícia Civil de Minas Gerais concluiu, nessa quarta-feira (13), o inquérito relacionado à morte da escrivã Rafaela Drumond. A mulher, de 31 anos, foi encontrada morta na casa dos pais no início de junho em um distrito de Antônio Carlos, no interior de Minas.

O resultado do inquérito, entretanto, não foi divulgado. Segundo a Polícia Civil, o inquérito tramitou sob sigilo e será analisado pelo Ministério Público, órgão que deve propor ação penal.

O inquérito policial e procedimento disciplinar, conduzidos pela Corregedoria Geral da Polícia Civil de Minas Gerais, apura supostos casos de assédio moral e sexual, que podem ter induzido a morte da servidora.

Leia nota da Polícia Civil:

“A Polícia Civil de Minas Gerais (PCMG) informa que devido ao sigilo decretado nos autos, e a tramitação da sindicância, não é possível a divulgação de informações mais detalhadas. Seguem as informações possíveis de serem repassadas no momento:

A Polícia Civil de Minas Gerais (PCMG) informa que concluiu o inquérito policial que apurou as circunstâncias da morte da escrivã de polícia Rafaela Drumond. O procedimento foi relatado e remetido, dentro do prazo legal, nesta quarta-feira (13/9), à promotoria de justiça na comarca de Carandaí/MG.

Tratou-se de uma investigação minuciosa e complexa, em que foram realizadas diversas diligências, destacando-se as oitivas de testemunhas e de envolvidos, a extração e análise dos dados do aparelho telefônico da escrivã, além da elaboração de outros laudos periciais.

O inquérito policial, que tramitou sob sigilo, será analisado pelo Ministério Público, órgão de fiscalização e controle externo da atividade policial, a quem cabe propor eventual ação penal.

A PCMG esclarece que tramita na Corregedoria-Geral de Polícia Civil sindicância administrativa com o objetivo de apurar possíveis infrações disciplinares por parte de seus servidores”

Relembre o caso

A escrivã Rafaela Drumond, de 31 anos, foi encontrada morta pelos pais no dia 9 de junho, na casa da família em um distrito de Antônio Carlos, no Campo das Vertentes. O caso foi registrado pela Polícia Civil como suicídio.

O Sindicato dos Escrivães da Polícia Civil de Minas Gerais (Sindep-MG) afirma que a escrivã já havia denunciado assédio moral e sexual no trabalho, além de pressão e sobrecarga. O sindicato realizou um protesto de 6 horas de silêncio no dia 15 de junho.

Em entrevista à Itatiaia, o pai de Rafaela Drummond classificou a morte da filha como “o maior sofrimento que um homem pode sentir” e disse que percebeu que a filha estava mais “ quieta e calada” nos meses anteriores, mas não entendeu isso como um “sinal” de que algo estava errado.

Apesar do caso ter sido registrado como suicídio, conversas e publicações da vítima nas redes sociais levam à suspeita de que ela estaria sofrendo assédio moral e sexual dentro da instituição, o que poderia ter levado ao suicídio. Essa suspeita também é investigada pela Polícia Civil.

Policiais transferidos

O delegado Itamar Cláudio Netto e o investigador Celso Trindade de Andrade, superiores de Rafaela na Delegacia de Carandaí, foram transferidos para Conselheiro Lafaiete menos de 15 dias após a morte da escrivã. No dia 12 de julho, eles foram transferidos novamente: Itamar foi para Belo Vale, enquanto Celso foi para Congonhas.

Cerca de seis dias depois, Celso Trindade de Andrade acabou entrando em licença médica cerca de 60 dias depois. O advogado de Celso já chegou a falar que as gravações que circulam nas redes sociais e que mostram xingamentos à Rafaela trazem, sim, a voz de Celso, mas que o áudio foi “tirado de contexto”.

Com informações de Fernanda Rodrigues