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Jovens acusados de matar homem ‘condenado’ por traficante são julgados nesta sexta (11) em MG

Brendo Machado foi morto com um tiro na cabeça após ele discutir com namorada de ‘dono do morro’ em Manhumirim; segundo denúncia, suspeitos são ‘soldados do tráfico’

Brendo foi morto em dezembro de 2022, aos 24 anos

Dois jovens de 19 e 20 anos acusados de assassinar um outro jovem, de 24 anos, são julgados nesta sexta-feira (11) pela Vara Criminal de Manhumirim, na Zona da Mata. A dupla teria cometido o crime após a vítima ser “condenada” por um traficante da região.

Brendo Campos Evangelista Machado, 24 anos, foi morto no dia 10 de dezembro de 2022 no bairro Nossa Senhora da Penha, em Manhumirim. A mãe da vítima chamou a Polícia Militar após receber uma ligação do filho, que disse que “bandidos do bairro da Penha” iriam matá-lo após ele discutir com uma mulher na região. Os militares fizeram buscas e encontraram o corpo de Brendo dentro de uma casa, morto com um tiro na parte de trás da cabeça.

Motivo do assassinato

Segundo a denúncia do Ministério Público, Brendo discutiu dias antes com uma adolescente no bairro da Penha. A jovem, que estava com um bebê no colo, teria xingado o jovem que, em resposta, jogou água nela e no bebê. A mulher foi embora dizendo que “algo iria acontecer” com Brendo.

A adolescente é companheira de um criminoso identificado como “dono do Morro da Penha” (chefe do tráfico) em Manhumirim. Após a confusão, ela teria ligado para o namorado, que está preso na Penitenciária de Ponte Nova. De dentro do presídio, o traficante ordenou que dois comparsas, identificados pelo Ministério Público como “soldados do tráfico”, tirassem a vida de Brendo como vingança.

Os dois acusados perseguiram o jovem, que invadiu uma casa e tentou se esconder atrás de uma porta. Um dos suspeitos atirou na porta, o disparo atravessou a madeira e atingiu Brendo, que morreu no local. Segundo a Polícia Militar, a vítima também tinha relação com o tráfico de drogas.

Os dois acusados estão presos desde janeiro no Presídio de Manhumirim. Eles respondem por homicídio duplamente qualificado (por motivo fútil; e com traição, emboscada ou uso de recurso que dificulte ou torne impossível a defesa do ofendido). Se condenados nesta sexta, podem pegar até 30 anos de prisão.

Jornalista formado pela UFMG, com passagens pela Rádio UFMG Educativa, R7/Record e Portal Inset/Banco Inter. Colecionador de discos de vinil, apaixonado por livros e muito curioso.