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Aeroporto de Confins usa trava antifurto em carro no estacionamento e revolta família

Empresário desembarcou de madrugada e precisou esperar funcionário do estacionamento destravar veículo; aeroporto afirma que medida visa frear o furto de Hilux na região

Uma família que desembarcou no último domingo (30) no Aeroporto Internacional de Belo Horizonte, em Confins, teve uma surpresa ao encontrar a roda do carro bloqueada com uma trava antifurto, mesmo estando estacionado dentro da garagem paga do aeroporto.

O empresário Paulo Ernesto de Moraes chegou do exterior junto com a família após uma semana de viagem. Para ter mais comodidade, decidiu deixar o carro, uma Toyota Hilux, no estacionamento do aeroporto. Ao voltar de viagem, encontrou o carro travado com um antifurto na roda e uma placa dizendo que a roda havia sido travada por segurança. A surpresa desagradou o empresário.

“Segurança não sei de quem, porque quem teria que ser responsabilizado num eventual furto do veículo seria o próprio estacionamento Então não é para a minha segurança, é para a segurança deles.”

A placa pedia para o dono do carro ligar para um número para que um funcionário do estacionamento fosse até o local e destravasse o veículo. A outra opção, segundo o empresário, seria ir até a portaria do estacionamento, a 1 quilômetro de distância, e pedir ajuda.

O empresário ligou e esperou cerca de 15 minutos até que um funcionário do aeroporto fosse até o carro. Antes da retirada do antifurto, ele ainda precisou comprovar que era dono do veículo, apresentando o documento e ligando-o com a chave.

O empresário classificou a situação como uma “violência extrema”, já que em nenhum momento ele foi avisado de que seu carro poderia ser travado. Paulo afirma que não pretende usar o estacionamento do Aeroporto de Belo Horizonte novamente.

“Não havia nenhuma informação em lugar nenhum, nenhuma autorização para que travassem o meu veículo para uma eventual segurança minha. Não consigo fazer outra interpretação a não ser de que esse foi o mecanismo que eles encontraram para evitar de ter que indenizar eventualmente um cliente por um furto do veículo ou qualquer outra coisa. Não pretendo mais estacionar lá. Inclusive tenho um voo amanhã para São Paulo e não vou parar lá. Vou com um táxi porque eu não quero ser tratado assim nunca mais na minha vida.”

Em nota, a BH Airport, responsável pelo Aeroporto Internacional de Belo Horizonte, informou que passou a adotar essa medida de segurança adicional em carros do modelo Hilux por conta das quadrilhas especializadas em furtos deste veículo. A empresa afirma que possui um profissional 24 horas para atender os proprietários e que a equipe está em constante contato com autoridades para implementar medidas de segurança eficazes.

Em maio, a Polícia Civil prendeu dois homens suspeitos de integrar uma quadrilha especializada no roubo de Hilux. Seriam 11 furtos cometidos por eles, sendo seis no Aeroporto de Belo Horizonte.

Jornalista formado pela UFMG, com passagens pela Rádio UFMG Educativa, R7/Record e Portal Inset/Banco Inter. Colecionador de discos de vinil, apaixonado por livros e muito curioso.
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