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Artistas e entidades mineiras publicam carta aberta contra ação do MP que pede suspensão de eventos no Mineirão

Artistas como Milton Nascimento e as bandas Skank, Jota Quest e Patu Fu também assinaram a carta

Imagem divulgada diz “O Mineirão é nosso”

Diversas entidades e artistas mineiros publicaram uma carta aberta contra a Ação Civil Pública movida pelo Ministério Público de Minas Gerais que pede a suspensão de eventos e shows no estádio do Mineirão. Além de produtores de eventos e empresários, a Associação Brasileira de Bares e Restaurantes (Abrasel), a Câmara de Dirigentes Lojistas de BH (CDL-BH) e a Empresa Municipal de Turismo de BH (Belotur) também assinaram a carta. Artistas e bandas famosas como Skank, Jota Quest, Pato Fu e Milton Nascimento participaram do apelo, assim como o site de venda de ingressos Sympla.

Na carta, as entidades se dizem surpresas e indignadas com a notícia da ação movida pelo MP contra o Mineirão e a Prefeitura de Belo Horizonte. Eles relembraram o impacto da Covid-19 no setor de eventos e a importância dos shows para geração de empregos.

“Num momento de retomada do setor, após dois anos e meio sofrendo as consequências da pandemia de Covid-19, a atitude intempestiva de silenciar o maior palco de shows do Estado é um ato inadmissível e de efeitos incalculáveis para as artes, para a economia e para o turismo mineiro. Estudo do Ipead, realizado no ano de 2019, mostrou que os eventos promovidos pelo Mineirão foram capazes de movimentar R$ 948 milhões na economia mineira e criar quase 6 mil empregos no ano”.

A corte, entretanto, reconhece que a comunidade no entorno do Mineirão tem o direito de reclamar sobre a poluição sonora causada pelos eventos do estádio, mas reforça que existem licenças e concessões públicas para os eventos promovidos. “Estranha-se, no entanto, que os caminhos do diálogo sejam colocados de lado por uma atitude que, antes mesmo de um parecer da Justiça, já traz temor e inquietude aos frequentadores e aos demais entes do segmento”.

A declaração continua relembrando que a agenda do Mineirão já foi divulgada para os próximos meses, com ingressos vendidos e diversos produtores, artistas, fornecedores e prestadores de serviço comprometidos com os eventos. “Além de prejuízos comerciais e contratuais – já acertados ou os que viriam a ocorrer –, o reflexo foi percebido de imediato, com uma avalanche de questionamentos nas redes sociais de toda a cadeia produtiva”.

Neste sentido, a carta cita o show marcado para o próximo dia 13 de novembro, que seria a última apresentação do cantor Milton Nascimento, e chama a ação movida pelo Ministério Público de “desrespeitosa” e “desumana”. O manifesto termina destacando que as entidades querem diálogo: “O pleito de proibir é radical. Precisamos construir pontes e não fechar portas”.

Leia na íntegra:

“Não se cala um Gigante assim. Nós, produtores de eventos, empresários, artistas, fornecedores e entidades representativas da música, da cultura e do turismo de Minas Gerais, que assinam abaixo, estamos surpresos e indignados com as notícias veiculadas pela imprensa acerca de uma Ação Civil Pública, movida pelo Ministério Público de Minas Gerais, que pede a proibição de eventos no estádio do Mineirão.

Num momento de retomada do setor, após dois anos e meio sofrendo as consequências da pandemia de Covid-19, a atitude intempestiva de silenciar o maior palco de shows do Estado é um ato inadmissível e de efeitos incalculáveis para as artes, para a economia e para o turismo mineiro. Estudo do Ipead, realizado no ano de 2019, mostrou que os eventos promovidos pelo Mineirão foram capazes de movimentar R$ 948 milhões na economia mineira e criar quase 6 mil empregos no ano.

E aqui, faz-se, de antemão, a ressalva de que a comunidade do entorno do estádio deve ser sim acolhida nos seus direitos perante à lei para não ser perturbada com ruídos além dos limites estabelecidos pela norma. É justa e cabível a reclamação, se assim o poder público, com seus instrumentos legais de fiscalização, controle e concessão de licenças, verificar. Estranha-se, no entanto, que os caminhos do diálogo sejam colocados de lado por uma atitude que, antes mesmo de um parecer da Justiça, já traz temor e inquietude aos frequentadores e aos demais entes do segmento.

O Mineirão tem agenda divulgada para os próximos meses, com ingressos vendidos e à venda, e o compromisso dos produtores com fornecedores e prestadores de serviço. Além de prejuízos comerciais e contratuais – já acertados ou os que viriam a ocorrer –, o reflexo foi percebido de imediato, com uma avalanche de questionamentos nas redes sociais de toda a cadeia produtiva.

E se já não bastasse, é desrespeitoso e desumano colocar em xeque – apenas para ficar em um exemplo – o último show da carreira do cantor e compositor Milton Nascimento, ícone da Música Popular Brasileira, marcado para o dia 13 de novembro. É de igual forma temerário e insensato desvirtuar o planejamento de milhares e milhares de fãs deste ou daquele cantor ou estilo musical que lá se apresentará nas próximas semanas.

Esta carta é um manifesto pelo Mineirão mas, essencialmente, pela cidade de Belo Horizonte, que, aos poucos, volta aos trilhos do turismo de negócio, dos festivais musicais e de atrações internacionais, antes limitadas ao eixo Rio-São Paulo. Um povo festeiro e hospitaleiro como o mineiro merece um lugar grandioso para extravasar seus anseios.

O Mineirão não é meu, não é seu. O Mineirão é nosso, como cantam as torcidas há mais de 50 anos. Ele é patrimônio do Estado de Minas Gerais, hoje, administrado pela iniciativa privada. Palco de craques do futebol e, cada vez mais, de artistas da música. Tornou-se multiuso e eclético, com espaços para diferentes paixões.

Faz parte da rota do entretenimento de Minas Gerais. Que emociona, que diverte, que emprega milhares de pessoas, direta e indiretamente. O Mineirão é um instrumento de cultura belo-horizontina e uma roda gigante da economia mineira, junto com outros equipamentos. Fez e faz acontecer. Realiza sonhos. Promove espetáculos. Pulsa na veia de quem o desfruta. É parte da minha, da sua, da nossa vida. Tem história e merece respeito. Queremos diálogo. O pleito de proibir é radical. Precisamos construir pontes e não fechar portas”

Veja quem assinou:

  • Associação Brasileira da Indústria de Hotéis (ABIH)

  • Associação Brasileira de Agências de Viagens de Minas Gerais (ABAV)

  • Associação Brasileira de Bares e Restaurantes (Abrasel)

  • Associação Brasileira dos Promotores de Eventos (ABRAPE)

  • Associação de Marketing Promocional (Ampro)

  • Associação Mineira de Eventos e Entretenimento (AMEE)

  • Câmara de Dirigentes Lojistas de BH (CDL-BH)

  • Empresa Municipal de Turismo de Belo Horizonte (Belotur)

  • A Macaco Indústria Criativa

  • All Star Tenders

  • Belo Horizonte Convention &Visitors Bureau

  • Box Entretenimento

  • Central dos Eventos

  • Company Events

  • Do Brasil Live

  • Épico Eventos

  • Festival Aproxima

  • Híbrido comunicação e cultura

  • Horta Produções & Eventos

  • Hotel Ouro Minas

  • Irmarfer Brasil

  • Jota Quest

  • LS Produções

  • Lspro

  • LsproLog

  • Lucs Promoções

  • Malab Produções

  • Milton Nascimento

  • Minascentro

  • NaSala

  • Nenety Eventos

  • Nó de Rosa Produções

  • OTM Produções

  • Palácio das Mangabeiras

  • Pampa Elétrica

  • Pato Fu

  • RG Produções

  • Secreto

  • SINDIPROM-MG

  • Skank

  • Somtec

  • Sympla

  • Tim Soier Promoções

  • Trio Produtora

  • USINA DE EVENTOS