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Metrô de BH: categoria pode dar fim à greve ou parar 100% o serviço

A continuidade da escala mínima também é uma opção

Assembleia será realizada nesta tarde

Os rumos da greve do metrô de Belo Horizonte podem ser definidos nesta quinta-feira (1º). À Itatiaia, o presidente do Sindicato dos Metroviários (Sindimetro-MG), Daniel Carvalho, apontou três cenários: continuidade da escala mínima, término da greve ou paralisação definitiva.

Nesta tarde, a categoria realizará uma assembleia por volta das 14h30 para discutir o que será feito. De acordo com o presidente do sindicato, a Companhia Brasileira de Trens Urbanos (CBTU) não segue a determinação do Tribunal Regional do Trabalho (TRT-MG), que definiu a operação de 60% dos trens.

“No dia útil normal, a CBTU costuma fazer 185 viagens. Nessa escala agora - determinada pelo TRT - ela está executando 162 viagens, quando o correto deveria ser 107. É importante salientar que o desembargador disse que tem que ser ofertado 60% dos trens”, disse.

Segundo ele, pelo desembargador não estipular horário da jornada de trabalho desses empregados, o sindicato prefere não determinar isso ao funcionário para que ele não seja prejudicado.

“O sindicato não se sente à vontade para determinar que um funcionário largue o seu serviço dentro desses 60% da jornada, sobre o risco de demissão e interpretação de descumprimento da liminar. De outra forma também, a CBTU vem convocando funcionários a trabalharem no descanso semanal, com pagamento de hora extra. Porém, na visão do sindicato isso é meramente para burlar o sistema, burlar o movimento grevista”, acrescentou.

Assembleia definirá greve na capital

Conforme Daniel Carvalho, nesta tarde serão discutidas todas essas questões com a diretoria, que irá definir os próximos passos do movimento. “Vamos elencar todos esses assuntos, descumprimentos da empresa. Sinceramente, não sei que rumo pode tomar, porque a gente ainda depende de um posicionamento do TRT, inclusive, também, de como a categoria vai encarar esses descumprimentos que a CBTU tem feito”, explica.

Daniel esclarece que a greve não ocorre por causa da privatização. “A privatização é outra pauta que o sindicato discute em outros fóruns, não em uma greve. Todas as greves que começamos, que envolvem esse assunto, é unicamente direcionada pela situação dos empregados. O que o Sindimetro pede não é uma coisa de outro mundo, a extensão desse período de estabilidade já foi concedida quando houve cisão de outras praças que faziam parte da CBTU, igual Salvador e Fortaleza”, disse.

“A transferência para outros órgãos também já foi disponibilizada na época da extinção da Infraero e está em curso ainda, e também nós temos o direito de transferência para outras superintendências que ainda continuam na CBTU e que está prevista no acordo coletivo. Sabemos que essas superintendências têm demanda por mão de obra e que é uma questão política não ter a oportunidade de ofertar os trabalhadores aqui de Belo Horizonte para essas outras superintendências no Brasil”, completou.

Prazo de estabilidade para servidores

Para ele, o prazo de estabilidade - definido em 12 meses - é curto para os servidores. “Pra você ter uma ideia, pra gente se formar um maquinista aqui na CBTU, ele demora no mínimo oito meses para o treinamento básico. Aí a gente está falando da operação. Se puxarmos ainda para o treinamento do pessoal da manutenção, que, repito, é uma mão de obra estritamente técnica que nós funcionamos com um sistema que não existe em outro lugar do mundo, esse tempo vai para dois anos, dois anos e meio”, destaca.

Segundo ele, os trabalhadores ainda precisam se preparar para as intercorrências do dia a dia. Neste caso, “as experiências passadas” são importantes para a solução do problema.

CBTU responde

Em nota, a CBTU disse que cumpre com totalidade a liminar deferida pelo TRT-MG. “A CBTU está operando com o quantitativo máximo de 60% dos trens habitualmente praticados. Nos horários de pico, por exemplo, 20 trens prestavam serviço à população, mas com a greve, 12 metrôs estão rodando e não há trens acoplados”, diz parte do texto.

“Quanto à acusação sobre a convocação de funcionários, a CBTU afirma que os empregados estão trabalhando em suas escalas habituais e não houve convocação de pessoal durante à greve”, completou.

Com informações de Ailton do Vale

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