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‘Dá vontade de ir lá cavar com a mão’, diz irmã de desaparecido no Paraná

O caminhoneiro, que é pai de três filhos, não foi localizado após deslizamento de terra na rodovia

O caminhoneiro, que é pai de três filhos, ainda não foi localizado

Quando a empresária Marina de Souza Iavorski, de 38 anos, conversou por celular pela última vez com o irmão, o caminhoneiro Márcio Rogério de Souza, de 51 anos, ele ainda não tinha decidido o caminho que faria na volta de Joinville (SC) para Curitiba, na tarde de segunda, se pela BR-376 ou pela BR-277. O caminhoneiro, que é pai de três filhos, não foi mais localizado. Pelo menos seis pessoas foram resgatadas com vida. A rodovia continua interditada nos dois sentidos e sem previsão para liberação, mesmo que parcial.

A angústia da família aumentou depois que eles identificaram o veículo dirigido por Souza entre os atingidos na BR-376, em Guaratuba, no Paraná, onde ocorreu um deslizamento de terra na rodovia. Até ontem (30), o Corpo de Bombeiros havia encontrado dois corpos no local.

“Meu Deus, é uma sensação horrível, angustiante, um sentimento de impotência. Dá vontade de ir lá e cavar com a mão mesmo”, desabafou a empresária, em entrevista ao Estadão. “A gente não tem informação nenhuma, não sabe para onde foi. Já fomos em todos os hospitais de Curitiba e ele não está em nenhum. Polícia e bombeiros estão fazendo o possível, mas não conseguiram nada até agora”, contou.

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Marina disse que o irmão estava viajando com o caminhão descarregado e que seguiria viagem depois que carregasse o veículo com peças automotivas em Curitiba. “Nós conversamos cerca de meia hora antes, eu mandei um ‘print’ para ele, dizendo que estava tendo deslizamento ali na serra. Aí não falei mais. Mandei mensagem umas 9 horas da noite (de segunda) e ele não recebeu mais”, afirmou.

Uma pessoa encontrada morta foi identificada como João Maria Pires, de 60 anos. Ele era caminhoneiro e morador de São Francisco do Sul (SC). O outro corpo achado ao lado de um carreta foi encaminhado para o Instituto Médico-Legal (IML) de Curitiba e aguarda identificação.

Buscas

De acordo com o relatório do gabinete de crise do governo do Paraná, criado para acompanhar a situação dos deslizamentos, 54 bombeiros trabalham ininterruptamente nas buscas por desaparecidos. O relatório diz que 30 pessoas podem estar sob os escombros e também que há seis carretas e dez carros soterrados.

As autoridades afirmam que foram retirados três veículos leves e dois pesados do local. Há quatro caminhões visíveis ainda não removidos. As equipes de busca usaram câmeras térmicas para tentar detectar sobreviventes, mas ninguém foi localizado. O gabinete de crise informou ainda que está sendo feito o levantamento de informações de eventuais vítimas por meio da identificação das placas dos veículos e proprietários.

Fechamento da rodovia

A decisão de fechamento ou liberação da BR-376 por risco de acidente cabia à Arteris Litoral Sul, concessionária que administra a rodovia, afirmou ontem a Polícia Rodoviária Federal (PRF). A empresa afirmou que “equipes de engenharia, conserva e operações atuam no local para verificação do talude e auxiliam na remoção dos veículos”, mas não comentou a posição da PRF. (Colaboraram José Maria Tomazela e Ítalo Lo Re).

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

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