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Brasileiros devem aumentar consumo de carne de porco em 0,5 Kg esse ano

Uma das explicações para a popularidade do consumo é o baixo teor de gordura de alguns cortes

Os produtores de suínos precisam manter os animais em espaços específicos e proporcionar-lhes cuidados adequados para garantir a sobrevivência e o bom desenvolvimento

O mercado de carne suína no Brasil deve continuar crescendo em 2023. De acordo com dados da Associação Brasileira de Proteína Animal (ABPA), o consumo médio por pessoa aumentou de 16,9 quilos/ano para pouco mais de 18 quilos/ano nos últimos dois anos e deve crescer meio quilo/por pessoa até o final do ano, assim como a produção toneladas/ano. Em 2022, o país produziu 5 milhões de toneladas de carne de porco e, este ano, deve produzir cerca de 150 mil kg a mais.

Bacon, calabresa e linguiça

Uma das principais explicações para essa popularidade do consumo é o baixo teor de gordura de alguns cortes e a versatilidade do alimento. Ou seja, os consumidores podem aproveitá-la de diversas formas, como bacon, calabresa, linguiça, carne grelhada ou assada, entre outras.


O que é preciso para ser suinocultor?

Os produtores de suínos precisam manter os animais em espaços específicos e proporcionar-lhes cuidados adequados para garantir a sobrevivência e o bom desenvolvimento deles. Pensar no bem-estar do suíno faz parte de uma das exigências do mercado consumidor atual, que demanda menos agressão ao meio ambiente e mais respeito aos animais.


Produção de alimentos seguros

Garantir a segurança na criação dos suínos é essencial. Esse objetivo pode ser alcançado, substituindo a aplicação de antibióticos por produtos naturais, como os extratos herbais, probióticos e fitoterápicos. Estes diminuem os riscos de efeitos colaterais e de contaminação da carne. Outra tendência da suinocultura é o desenvolvimento de kits de diagnóstico rápido para identificar doenças, o que proporciona mais segurança nos processos de compra e venda.

Desenvolvimento de alimentos com alta digestibilidade

E por falar em tendência, outra é o cuidado com a nutrição, valorizando o consumo de alimentos com boa digestibilidade que ajudem a manter a saúde e o bom funcionamento da microbioma intestinal dos animais.


Padrões mínimos de bem-estar

Há um consenso, hoje em dia, de que é preciso manter padrões mínimos de bem-estar nas criações de animais. Esses padrões podem envolver a adoção de métodos não invasivos para coletar amostras e diagnosticar problemas de saúde, contar com sistemas de eutanásia e de atordoamento dos animais, antes do momento do abate propriamente dito.


Outras práticas que contribuem para a melhoria do bem-estar são:
  • automação dos sistemas em todas as fases de produção, para evitar dores desnecessárias e garantir um maior conforto ao animal, propiciando melhor aproveitamento da carne;

  • qualificação da mão de obra dos produtores responsáveis pelos cuidados com os suínos;

  • criação de normativas ambientais mais rigorosas;

  • reciclagem dos resíduos gerados e gestão do uso da água. Uma boa ideia é aproveitar os resíduos oriundos da produção animal para produzir biomassas.

Maria Teresa Leal é jornalista, pós-graduada em Gestão Estratégica da Comunicação pela PUC Minas. Trabalhou nos jornais ‘Hoje em Dia’ e ‘O Tempo’ e foi analista de comunicação na Federação da Agricultura e Pecuária de MG.