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Concurso de Queijos Minas Artesanal revela disputa em ‘alto nível’

Melhoria na qualidade dos produtos é reflexo da adoção de boas práticas na pecuária leiteira nos últimos anos

Jurados revelaram apenas que a disputa está sendo em “alto nível”.

Por enquanto, os nomes dos vencedores do 15º Concurso Estadual do Queijo Minas Artesanal (QMA), organizado pela Emater-MG, ainda são um mistério. As degustações aconteceram, ontem (30) e os 33 jurados (estudiosos e profissionais de gastronomia) revelaram apenas que a disputa está sendo em “alto nível”. O resultado será divulgado em 7 de dezembro, na sede da Emater, em Belo Horizonte. Todos os produtores participantes receberão o Certificado de Participação e os cinco primeiros colocados receberão troféus.

A novidade desse ano é a disputa numa categoria à parte para os queijos artesanais das regiões de Alagoas e Mantiqueira. Fernanda explicou que isso se fez necessário em função da diferença no modo de fazer desses queijos. “Apesar de também serem feitos com leite cru, as massas são semi-cozidas e prensadas mecanicamente, o que resulta em queijos mais sequinhos. Além disso, os Regulamentos Técnicos de Identidades e Qualidades estabelecidos pelo IMA são distintos”, explicou.

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Evolução em Diversos Aspectos

A engenheira de alimentos e Analista Técnica da Emater, Fernanda Quadros, contou que, neste momento, os jurados estão somando as notas de requisitos como (formato e acabamento), cor (uniforme ou manchada), textura (olhaduras e granulação), consistência (dureza e untuosidade), paladar e olfato (sabor e aroma) dos queijos. Ontem (30), foram avaliados 40 queijos classificados nas etapas regionais do concurso e outros 40 de Alagoa e Mantiqueira de Minas. Participam da disputa também produtos selecionados de empreendimentos legalizados junto ao IMA. “O padrão está ótimo. Eu tenho acompanhado a evolução dos QMAs e, cada vez mais, sinto uma melhoria em diversos aspectos”, disse o gastrônomo Eduardo Maia, jurado do concurso.

Cuidados desde a ordenha

O pesquisador da UFMG, Marcelo Resende de Souza lembrou que a qualidade dos queijos está diretamente relacionada à qualidade do leite e das boas práticas na ordenha. “A melhoria na qualidade dos queijos é reflexo de um trabalho que vem sendo feito pelos próprios produtores, órgãos de extensão e as universidades”.

Atualmente, estima-se que existam 30 mil produtores de queijos artesanais em Minas Gerais. Os queijos Minas Artesanais alcançaram reconhecimento no país e, atualmente, está em andamento uma campanha para consolidar a candidatura dos Modos de Fazer o Queijo Minas Artesanal à Lista Representativa do Patrimônio Cultural Imaterial da Humanidade da Unesco.

Maria Teresa Leal é jornalista, pós-graduada em Gestão Estratégica da Comunicação pela PUC Minas. Trabalhou nos jornais ‘Hoje em Dia’ e ‘O Tempo’ e foi analista de comunicação na Federação da Agricultura e Pecuária de MG.