O El Niño está chegando e com ele as inversões do clima mundial, que poderão mudar inclusive as cotações das commodities nas bolsas internacionais.
O produtor brasileiro, que não sabe onde armazenar tanto milho e tanta soja, está mais ligado nas alterações do clima norte-americano e das bolsas internacionais, do que nos preços no mercado interno.
Clima bom para uns e um desastre agrícola para outros! Os americanos terminaram o plantio da soja, milho e algodão e já esperam aquela primeira água para abrirem seus cartuchos, projetando o que virá daqui a 90 dias.
Por enquanto, o El Niño começa a mandar chuvas para a Califórnia e coloca o sol para rachar nos cinturões agrícolas, já provocando movimentação de preços no mercado externo.
Isso não quer dizer que já se projeta uma quebra na safra americana, porém é uma luz que pisca no alto da montanha.
No ano em que o Brasil busca a primeira posição mundial na exportação de milho, o volume caiu no início do ano e vai se recuperando e com alteração positiva nos valores em Chicago.
A soja, o farelo e o óleo também se movimentam trazendo boas expectativas para o início da próxima semana.
CAFÉ e CANA DE AÇÚCAR DE OLHO NO EL NIÑO
O El Niño chegou ao Brasil invertendo tudo o que sua “irmã” La Niña andava fazendo ano passado no Sul, Norte e Nordeste.
Lembra-se das enchentes nas diversas cidades do Nordeste, no Amazonas, no Acre? Agora, o sol vai derreter!
E a seca severa em partes do Rio Grande do Sul e Santa Catarina? Os gaúchos perderam mais da metade da safra de milho e soja, o gado ficou sem água! E os argentinos tiveram quebra histórica da safra e perderam muita grana com a queda na exportação.
Esse ano a moeda virou de lado e as chuvas e o frio estão saindo em velocidade do Sul, já chegando a São Paulo. E pelas previsões, a chuva que vem do Sul já começa a molhar Minas Gerais.
Mas, a chuva não faz bem para a agricultura? Claro que sim! Porém a região Sudeste, principalmente Minas Gerais, não convive vem com muita água nessa época do ano. Ainda mais quando o frio vem junto.
Água e frio em excesso, mesmo sem virar geada, prejudicam as hortaliças, frutas e até os cafezais. O momento é de colheita que pode ser prejudicada e deixar sequelas para o ano seguinte, se vier geada, fortes ventos e chuvarada!
A cana-de-açúcar também sofre com o excesso de água tendo perda no teor do açúcar, diminui a produção de etanol onde Minas Gerais é o segundo maior produtor brasileiro.
E diminui também a produção de cachaça! Porém, não se preocupe, porque isso não será motivo para inflação da caninha e você poderá se aquecer do frio tomando aquela dose pelo mesmo preço de sempre!
Assim funciona a agropecuária, uma indústria a céu aberto durante 365 dias por ano.