A posição tomada pelos Estados Unidos 15 dias atrás sobre a descoberta de um caso atípico da “vaca louca” na Carolina do Sul, com certeza, teve influência na decisão da Organização Mundial de Saúde Animal (OMSA).
Os norte-americanos somente informaram o acontecido e afirmaram que seus mercados nacional e internacional continuariam sem alterações, porque se tratava de um caso atípico e que não teria influência no restante do rebanho, e pronto. E assim seguiu a pecuária norte-americana!
Logo em seguida, houve uma Assembleia Mundial de Delegados da OMSA, em Paris, e houve mudança na regulamentação internacional, porque de fato não há nada que prove o contrário.
A partir de agora, somente os casos clássicos da “vaca louca” é que serão informados à OMSA. O Brasil nunca registrou na sua história um caso clássico da doença, porém alguns registros de casos atípicos foram informados.
De qualquer maneira, o Brasil continuará vivendo um impasse sobre esse assunto com a China, pelo menos por enquanto. Em situações da doença atípica o contrato bilateral entre brasileiros e chineses nos obriga a suspender imediatamente o embarque de carnes para a Pequim.
É um item contratual que traz prejuízos para o mercado brasileiro e para os produtores da proteína animal, porque os chineses se agarram nele para pressionar os preços para baixo e mantêm o embargo da carne por tempo indeterminado.
Já houve embargo de dez dias e até de 3 meses com prejuízos incalculáveis. Recentemente, foram 30 dias que deixaram o mercado com sobra de carne nos frigoríficos e muitos bois no pasto.
Além dos mais, os navios que haviam sido embargados antes da descoberta da doença atípica, chegaram ao Porto de Xangai e não puderam desembarcar. Voltar ao Brasil seria impossível!
Quando da liberação do embargo, os chineses pressionaram em busca de preços mais baixos, o que não é justo. Já havia um contrato de compra e venda assinado e não houve perda de qualidade na carne.
Esse contrato leonino foi assinado em 2015 pela então ministra da agricultura Katia Abreu, no governo Dilma, não distinguindo os dois casos; sendo que o atípico aparece naturalmente em animais mais velhos e não trazem consequências para o restante do rebanho e nem para o consumo da carne.
Brasil e China voltam a colocar em assunto na mesa a reunião da Comissão Sino-Brasileira de Alto Nível de Consertação e Cooperação, marcada para agosto.
Como chinês tem muita paciência, pode ser que as autoridades daquele país sejam convencidas de alterar o contrato, que somente lhes oferecem vantagens!