Os produtores de soja, milho, óleo de soja e etanol do centro-oeste brasileiro entram na semana com uma nova dor de cabeça cujo remédio está bem longe de ser encontrado.
A construção da ferrovia Ferrogrão, que iria ligar Sinop-MT a Mirituba-PA, no Rio Tapajós.
Depois de quase 10 anos a Ferrogrão ainda não começou e tem tudo para não sair do papel. Por isso, o agronegócio está atento e trabalhando para mostrar ao STF a importância desse evento para a economia brasileira.
O traçado da ferrovia iria ocupar 862 hectares do Parque Nacional de Jamanxim, no Pará, que tem um milhão de hectares, ou seja, somente 0,0008% para se colocar os trilhos, e, foi embargado no STF por ações envolvendo questões ambientais e terras indígenas.
Enquanto tudo parecia caminhar para uma solução positiva, veio a AGU, Advocacia-geral da União e mudou seu parecer que anteriormente era favorável a Ferrogrão. O julgamento será na quarta-feira, dia 31.
Para se ter uma ideia, a Ferrogrão terá ou teria 933 km, seguindo o traçado da Br 163, em direção aos portos do Norte levando quase 90% da soja, milho e outros produtos de exportação. Sem a ferrovia, a maioria das carretas continuará descendo para o sul e sudeste, num percurso superior a 2 mil quilômetros rumo aos portos de Santos e Paranaguá.
Além do grande consumo de combustíveis fósseis e o alto risco de acidentes, torna-se necessário levar em consideração o volume de gases emitidos já que estamos entrando definitivamente na era do mais baixo carbono. Também os navios cargueiros iriam percorrer menores trechos para vários lugares do mundo.
A logística do agro brasileiro é a “pedra na botina” do produtor rural e se transformou num grande gargalo com aumento de até 40% do frete, e o reflexo disso é levado diretamente ao consumidor, sem contabilizar as perdas do produtor.
O frete, hoje, via Br 163 para o norte do Brasil custa 250 reais a tonelada; pela ferrovia - se ela existisse - o custo baixaria para 60 reais a tonelada.
Com a ferrovia seguindo o traçado da Br 163 - vamos imaginando a faixa de terra que seria ocupada - qual o absurdo de prejuízo ambiental seria provocado.
Por isso existe a “balança da inteligência” para se pesar esse tipo de necessidade.
Se pudéssemos avaliar essa questão por aqui, iríamos “mineirizar” a decisão medindo a água com o fubá, porque enquanto os países desenvolvidos buscam as melhores fórmulas para continuarem crescendo, aqui no Brasil até parece que somos 2 países rivais, um lutando bravamente contra o crescimento do outro.
No final do prejuízo são 33 milhões de pessoas buscando alimentos, sem saber onde encontrá-los. Mas encontra-se estatística sem origem em discursos internacionais de autoridades, que levantam a voz sempre utilizando o ponto de exclamação (!!!) para dizer que somos 103 milhões de famintos!!!
O Agro virou gigante e está colocando seu volume de produção recorde à disposição para ser bem distribuído, porem sem boas estradas, rodovias e hidrovias não vamos conseguir nos libertar da era tartaruga.