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Alta do trigo e falta de sebo de boi movimentam os produtores no Brasil

Sebo de boi é matéria prima para a indústria de cosméticos e o pão depende diretamente do trigo

Com aumento do trigo, todas massas que dependem do grão sofrem reajuste

Os fabricantes de cosméticos começam a correr atrás do sebo do boi porque o produto está ficando escasso. Isso é reflexo do bloqueio da exportação da carne bovina para a China, que diminuiu em mais de 30% o abate de animais no Brasil.

Com menos abate de animais, os produtores sentem falta do sebo de boi, que é usado na fabricação de produtos de limpeza e higiene, farmacêuticos, cremes hidratantes, maquiagem, sabonetes, aplicação no biocombustível.

Tá vendo!? Criticam tanto os gases do boi e ninguém fala que o sebo contribui para energia limpa! Segundo a Embrapa, é a segunda matéria prima mais importante na produção do biodiesel. Do boi tudo se aproveita, até o berro num fundo musical!

A liberação dos embarques da carne de boi para a China deve acontecer no final deste mês, quando o presidente Lula faz uma visita a Pequim.

Se o trigo sobe, o macarrão acompanha

E o trigo virou preocupação internacional. Neste domingo (19), encerra-se o acordo para o escoamento de grãos no Mar Negro. O presidente da Rússia, Vladimir Putin, admite renovar apenas por 60 dias, mesmo com intervenção da ONU, o que causa muita instabilidade no mercado internacional. É uma decisão que vale para o milho, girassol e outros produtos da Agricultura ucraniana.

Se bloqueia o trigo da Ucrânia - atrelado à grande quebra da safra Argentina -, o reflexo vem direto ao Brasil, que, mesmo tendo alcançado uma safra recorde do grão, ainda não tem autosuficiência na produção, o que força a subida no preço do trigo.

O primeiro atingido vai ser o consumidor do pão francês. O macarrão e massas em geral também não escapam do aumento. Os preços no mercado internacional já sinalizaram a subida nas bolsas e o mercado interno vai acompanhar, levando novos preços ao consumidor

Produtor rural no município de Bambuí, em Minas Gerais, foi repórter esportivo por 18 anos na Itatiaia e, por 17 anos, atuou como Diretor de Comunicação e Gerente de Futebol no Cruzeiro Esporte Clube. Escreve diariamente sobre agronegócio e economia no campo.