A cúpula da União Europeia parece mesmo não se preocupar com o slogan apresentado pelos agropecuaristas holandeses: NO FARMS NO FOODS/SEM FAZENDAS SEM ALIMENTOS.
A França maior produtora de açúcar da Europa está correndo sério risco de de diminuir drasticamente sua produção de beterraba e consequentemente de açúcar e também de etanol. A União Europeia acaba de proibir de forma definitiva o uso de uma molécula utilizada em um pesticida, que estava sob análise desde 2013.
Em 2018 houve a proibição total, porém os agricultores alegaram que não havia sido criado nenhum produto que pudesse combater a praga que ataca as beterrabas e que ficaria inviável continuar o seu cultivo, provocando uma queda brusca na produção de açúcar e etanol com grave influência na economia do país.
Esta semana a União Europeia definiu a proibição do uso dessa molécula nos defensivos em todos os países do continente. Outros manifestos já foram feitos na Holanda, Itália, Alemanha, Espanha e Reino Unido e ninguém sabe projetar como andará daqui pra frente o relacionamento entre produtores agrícolas e os homens de gabinete da União Europeia. Desta vez o desfile de máquinas agrícolas foi em Paris, na região central.
O Brasil precisa ajustar muita coisa na agropecuária e também no comportamento com o meio ambiente, porém não podemos continuar subservientes ao mundo estrangeiro, principalmente a União Europeia, que nos vê como grande concorrente e ultrapassando os limites da produção mundial de alimentos. Temos terras diferentes, clima diferente! A nossa tropicalidade nos permite ser o único grande produtor mundial a obter até 3 safras por ano. A maioria só produz uma vez a cada 12 anos.
O continente africano no futuro também poderá ser um forte concorrente. Os africanos vem avançando gradativamente na produção de alimentos, mas longe de ser o Brasil.
O mundo adquiriu altíssimo grau de desenvolvimento em todos os setores, entretanto poucos países podem continuar um crescimento tão vertiginoso como se vê no Brasil e na Índia, considerada por muitos como o próximo Tigre Asiático pela sua capacidade de produção cada dia maior.
Os grandes obstáculos hoje para a população mundial são os desarranjos climáticos que vem crescendo gradativamente e também a fome, a principal de todas, que disparou em todos os continentes após pandemia e a guerra do leste europeu que ainda não acabou.
A fome estava em todos os países do planeta com percentuais pequenos nos mais desenvolvidos. Agora, a situação se alastrou e o sossego das pessoas termina quando outras estão de barriga vazia. Sem comida não há paz! É um fenômeno incontrolável!
As questões ambientais no Brasil precisam ser ajustadas de forma equilibrada, sem radicalismo ou ideologia política. Se produzimos tanto e ainda há fome no país, vamos imaginar se diminuirmos nossa produção e os preços subirem? Logicamente, aumenta a fome! É necessária uma política inteligente do governo, sem revanchismo.
O Senado Federal também vai exercer um papel importante nesse início de governo com vários projetos do agro, alguns durante anos engavetados. E quando o assunto envolve produtos químicos, em a resistência. Estamos muito atrasados em relação a outros países.
Há produtos que não se usam mais em outros países e no Brasil ainda não foram aprovados e nem reprovados. Essa letargia traz sérios problemas para o setor e para a ponta final que é o consumidor. O atraso na votação dos projetos, mostra que os responsáveis pelo voto preferem não se arriscar diante da insatisfação de um lado ou do outro, uma posição politiqueira! Pode tirar votos!
#DutchFarmers