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A pobreza acompanha o agro e a indústria no efeito estufa

Os lixões espalhados pelo mundo comprovam a emissão de gases de efeito estufa. Por isso, as autoridades precisam olhar também para a pobreza mundial durante a COP-27

A COP-27 será realizada até o dia 18 de novembro

Os Estados Unidos que gostam de criar regras protecionistas para sua agropecuária são disparadamente os maiores poluidores do mundo.

A China é o segundo maior poluidor mundial. O governo chinês, gigante emergente da economia global, só começa a reduzir a emissão de gases a partir de 2030. Até lá, o governo pretende vai criar mecanismos anti poluidores, porém sem alterar a economia do país.

A Rússia ganha a medalha de bronze em terceiro lugar, sem percentual definido hoje, por causa da guerra com a Ucrânia, talvez tendo assumido temporariamente a primeira posição entre os poluidores.

O quarto colocado é o Brasil com a Indonésia ficando em quinto lugar, mas o Brasil é um dos alvos apontados por diversos países, principalmente alguns que são concorrentes diretos na agropecuária. O agro brasileiro chegou entre as nuvens como um foguete e não tem como pará-lo!

Para ser um país Agroambiental o Brasil precisa reduzir o desmatamento ilegal e a emissão de gases de efeito estufa e muitos estudos já estão concluídos pela Embrapa em parceria com faculdades de vários estados brasileiros. Basta um incentivo maior para que novos produtos, sem composição química, possam ser produzidos em escala industrial.

Na sexta-feira, 11, o Brasil apresenta na COP-27 o Projeto Rural Sustentável na Amazônia e vários outros sobre agricultura e pecuária sustentáveis estão na pauta do grupo governamental presente ao evento no Egito.

A JBS, MARFRIG E AMAGGI se juntaram a outras grandes empresas produtoras de alimentos no mundo e tem na bagagem um projeto para o agro sustentável.

Agora, vamos colocar os pesos na balança! As cobranças e projetos são por demais importantes mas a participação de todos os países do mundo pesa mais ainda. Financiamentos são a única fórmula de buscar a solução do problema. Apenas apontar o dedo para os outros e esconder a mão que um dia também destruiu não levará o planeta a lugar nenhum, a não ser ao suicídio coletivo.

Quando todos querem e necessitam, somente uma ação global de trabalho terá um final positivo. A pobreza em vários pontos do mundo não pode ser esquecida e dela vem a grande destruição do planeta. As pessoas não vivem sanitariamente bem se não há um equilíbrio no seu próprio meio.

O meio ambiente é uma cadeia que envolve todos os setores e segmentos do mundo, quando se isola um deles o elo da corrente se arrebenta. Lixões a céu aberto, à beira dos rios e até no mar, provocam uma devastação ecológica.

A solução ambiental global não é discutir a produção de alimentos e sim a forma de produzi-los. O mundo pede comida!

A rota climática precisa definir caminhos, metas e convergências de ações. Diminuir a produção significa menos alimentos e consequentemente aumento dos preços, inflação e mais fome no planeta.

Pela conversa até agora, da para perceber que falamos de volume, grandeza, tudo traduzido em grandes produtores, aqueles que cruzam os oceanos com suas cargas importados e exportadas e que dão sustenção ao comércio de alimentos entre os continentes. Esse é apenas um lado da realidade.

O outro lado reúne os médios e pequenos produtores, que marcam presença na COP-27 por meio de uma carta aberta escrita por organizações que representam os mais de 350 milhões de agricultores, entre aos grandes líderes mundiais.

Se os grandes agropecuaristas transitam nos grandes portos e aeroportos mundiais, os médios e pequenos vão da roça para a cidade entregar alimentos para 60/70% da população.

E convenhamos! Com as mudanças e exigências que deverão vigorar a partir da COP-27, no amplo objetivo de mudar o clima no mundo, o apoio maior não tem como ser desviado dos médios e pequenos produtores que não podem ser os primeiros a desaparecer do mapa.

Também é o grande momento para todos nós brasileiros olharmos com atenção especial essa potência chamada Brasil!

Ha algo mais importante no mundo do que alimento? Então, estamos nos transformando nos maiores produtores. Vamos agora trabalhar para que todos os brasileiros tenham arroz, feijão e carne no almoço e no jantar. Não necessariamente, picanha!

Produtor rural no município de Bambuí, em Minas Gerais, foi repórter esportivo por 18 anos na Itatiaia e, por 17 anos, atuou como Diretor de Comunicação e Gerente de Futebol no Cruzeiro Esporte Clube. Escreve diariamente sobre agronegócio e economia no campo.