A pandemia que nos encurralou durante 2 anos e a guerra da Rússia com a Ucrânia que continua sem previsão de cessar fogo, trouxeram consequências negativas para o mundo agropecuário de maneira importante.
No primeiro ano da pandemia o agro sobreviveu sem muitos atropelos, mas quando o mundo precisou dos fertilizantes e principalmente do hidrogênio que vem do gás natural, a Rússia bloqueou embarques, os preços aumentaram e foi uma corrida entre os continentes para saber como seria a produção de alimentos.
Com o Brasil os russos tiveram um bom entendimento comercial e mesmo assim os preços subiram e sabemos que houve superfaturamento da indústria sobre os produtores.
Muitos compraram numa escala menor, porque produzir em dólar e vender em real num momento de incertezas no mercado, ficava muito arriscado. Alguns não queriam comprar sem saber se conseguiria pagar.
Foi aí que entrou em campo a EMBRAPA com a caravana FertBrasil percorrendo com seus técnicos e engenheiros regiões produtoras, estrategicamente posicionadas, mostrando aos agropecuaristas uma forma econômica e segura de produzir.
Como as terras vinham sendo adubadas durante anos, bastava fazer uma análise em laboratório para saber o que seria necessário para complementar a recuperação do solo sem excessos de fertilizantes.
Também o sistema de plantio direto começa a ser utilizado com mais intensidade e sem uso da aração e da gradagem. O solo fica sempre coberto pela palhada - restos da última safra - e algumas plantas em desenvolvimento. Solo protegido gasta-se menos insumos, inclusive herbicidas, durante a semeadura e crescimento.
Diante disso comprou-se muito menos insumos que o habitual! Não houve queda de produção por causa dos fertilizantes. Houve quebras de safra pelos problemas climáticos. Com a dor da pandemia e a escassez dos produtos por causa da guerra, tiramos lições que nos parecem simples, porém foram poucas vezes aplicadas aplicadas. Era o medo de comprometer a safra.
Só para uma avaliação aproximadamente da economia feita pelo produtor, em outubro desse ano o Brasil importou 1 milhão e 100 mil toneladas de fertilizantes, isso nos primeiros 9 dias úteis do mês.
Ano passado, também em outubro, o Brasil ultrapassou a 1 milhão e meio de toneladas de fertilizantes importados, quase 50% mais.
Bom para o bolso do produtor que a partir de agora vai comprar menos, bom para diminuir a emissão de CO2 para a atmosfera, enfim, aprendendo a cada dia.
Melhor ainda: os preços dos fertilizantes descem em escalada porque a demanda baixou muito e alguns produtos químicos têm prazo curto de validade.
MULHER MAIS FORTE NO AGRO
A EMBRAPA encabeça o Projeto do Observatório das mulheres Rurais do Brasil, em parceria com o Ministério da Agricultura e FAO - Organização das Nações Unidas para Alimentação e Agricultura -
O projeto visa fortalecer a presença da mulher no agronegócio brasileiro, seja nas atividades agropecuárias, florestais ou aquícolas.
Será composto um banco de dados sobre a mulher rural, identificando restrições ao trabalho delas, implementando ações políticas e públicas em prol da mulher rural. O prazo do trabalho do grupo é de um ano quando será apresentado o relatório.