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O mundo não vive sem carne

Autoridades holandesas pressionam os agropecuaristas para diminuir emissão de gás metano até 2030

Coluna deste domingo

O boi está virando um animal maldito! Para alguns, é claro! Para muitos é sinômino de alegria numa mesa bem farta. Quando falamos da fêmea, a vaca, todos se lembram do leite das crianças.

Estão pegando o boi pelo rabo. Não querem deixá-lo andar. Já é o boi o responsável pela emissão de 14% dos gases de efeito estufa. Quando os radicais querem eliminar um produto conseguem encontrar 1001 defeitos, mas não fazem o menor esforço para saber se há um contra ponto na história. Tentam lavar a mente das pessoas com uma enxurrada de informações, muitas delas descabidas.

Falar das emissões dos canos de descarga dos automóveis e aviões, nada! Todos querem passear o fim de semana, ir de carro para o trabalho, ou não! Essa “maioria mínima” nunca ouviu falar ou omitem os estudos científicos que vem sendo feitos a anos para evitar uma série de impactos na agropecuária. São estudos feitos no Brasil, leia-se EMBRAPA, e lá fora também. Ainda não é o suficiente mas se apertarmos um pouco chegaremos lá.

O equilíbrio, apresentando também soluções, será o canal mais eficaz para que possamos tocar o mundo em conformidade com as necessidades ambientais. Continuar como está é humanamente impossível! Começar a fincar placas de PROIBIDO, nada resolve!

O mais importante num momento significativo como esse é racionalizar as idéias e o comportamento futuro para a plena sobrevivência da humanidade. Empurrar goela abaixo, criar fatos e soluções apenas para levantar uma bandeira diferente ou pensar em si próprio, vale apenas para criar grupos diversos para rumos diferentes.

Diminuir a produção de carne significa preços ainda maiores para o consumidor, desemprego em alta escala porque não é somente o vaqueiro que poderá ficar sem trabalho. Aquele que cuida dos pastos, que faz a cerca, que trabalha nas fábrica produzindo insumos, tratorista, fábricas de tratores, enfim! Basta racionar para perceber o tamanho da cadeia produtora e consumidora do gado.

Diminuir o gado de leite vai trazer um prejuízo danado para a criançada. Se hoje passamos por uma entressafra delicada, imaginem se houver uma diminuição forçada? Queijo, iogurte e demais derivados vão para onde? No dia 21 de agosto escrevi uma coluna, “Do boi aproveita-se tudo, até o berro!”Principalmente as mulheres, se não leram, aconselho dar uma olhada e ver tudo que esse animal nos fornece.

A poucos dias atrás a cidade Haarlem na Holanda proibiu por intermédio da Câmara Municipal a veiculação de qualquer propaganda sobre o consumo de carne, ainda podem ser exibidas se houver contrato em vigor.

A medida parece drástica, porém é permitida a veiculação de anúncios de carnes que contenham certificado ambiental. Até aí está correto!

Só proibir não adianta! Proibiram o cigarro e muita gente continua fumando e agora disparou o consumo do cigarro eletrônico. Sou absolutamente contra o cigarro, cito apenas um exemplo.

Por isso, é melhor não ir direto a proibição. Vamos avaliar primeiro os caminhos corretos e as conquistas científicas que estão chegando para diminuir todos os impactos. Tem muita coisa já implantada que muita gente não conhece.

Cuidado para não importunar demais o boi e levar um coice

Produtor rural no município de Bambuí, em Minas Gerais, foi repórter esportivo por 18 anos na Itatiaia e, por 17 anos, atuou como Diretor de Comunicação e Gerente de Futebol no Cruzeiro Esporte Clube. Escreve diariamente sobre agronegócio e economia no campo.