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Na contramão de BH, Prefeitura do Rio ajuda clubes em estádio e CTs

Na capital mineira, exigência de contrapartidas para Arena MRV é enorme; na Cidade Maravilhosa, prefeito ajuda Indústria do Futebol

Arena MRV do Atlético

A próxima semana será marcada por um autêntico Belo Horizonte x Rio de Janeiro, com América, Atlético e Cruzeiro decidindo contra Botafogo, Flamengo e Fluminense, respectivamente, uma vaga nas quartas de final da Copa do Brasil e a premiação de R$ 3,9 milhões que cada classificado receberá como cota.

Por conta desses jogos, com Cruzeiro x Fluminense, na próxima terça-feira (12), no Mineirão; Flamengo x Atlético, na quarta-feira (13), no Maracanã; e Botafogo x América, na quinta-feira (14), no Engenhão, o monitoramento do trio de clubes da Cidade Maravilhosa é diário.

E abrindo o Globoesporte.com na manhã desta sexta-feira (8), vejo uma matéria na capa da página do Flamengo com o seguinte título: “Eduardo Paes promete ajudar Flamengo a ter estádio próprio”.

Aí me recordei que há alguns dias o prefeito carioca foi ao Centro de Treinamentos do Fluminense e do Vasco, que ficam próximos, na Zona Oeste do Rio, e prometeu a pavimentação de ruas de acesso aos dois locais, que ficam muito castigadas na época das chuvas.

Esses fatos mostram que a diferença entre belo-horizontinos e cariocas não se limitam às quatro linhas neste momento. Fora delas a maneira de encarar a chamada Indústria do Futebol também é bem diferente.

Sim, o futebol é um dos principais negócios do mundo. E teve sua participação na economia aumentada ainda mais quando os seus estádios deixaram de ser apenas campos de futebol e passaram a ser arenas multiuso.

Aí que entra a questão da diferença. Eduardo Paes tem a visão de que um estádio do Flamengo gera receitas, empregos diretos e indiretos para o Município. Assim como Fluminense e Vasco melhor estruturados têm mais chances de boas campanhas nas competições que disputam o que também movimento a economia carioca.

Em Belo Horizonte essa percepção ainda não existe. Me recordo que há algumas semanas tratei disso quando Vittorio Medioli revelou a intenção de erguer uma arena em Betim que pode ter o Cruzeiro como parceiro do negócio.

A capital mineira tem um grande empreendimento próximo de ser inaugurado, que vai atender à Indústria do Futebol e do entretenimento, que é a Arena MRV.

E uma barreira ao negócio, que vai gerar centenas, ou até milhares de empregos diretos e indiretos, movimentar a economia da cidade, principalmente na região onde está sendo erguida, são as contrapartidas pedidas pela Prefeitura de Belo Horizonte para a liberação da obra.

São fatos que escancaram a diferença de visão sobre a cada dia mais poderosa e importante Indústria do Futebol.

Alexandre Simões é coordenador do Departamento de Esportes da Itatiaia e uma enciclopédia viva do futebol brasileiro