O Parque Nacional Cavernas do Peruaçu, no Norte de Minas Gerais, conquistou, neste domingo (13), o título de Patrimônio Mundial Natural da Humanidade concedido pela Unesco.
A candidatura foi analisada na 47ª Sessão do Comitê do Patrimônio Mundial, na sede do órgão, em Paris, na França.
Com essa vitória, é a primeira vez que o estado recebeu um título de Patrimônio Mundial Natural, juntando-se aos quatro já reconhecidos como patrimônios culturais: Ouro Preto, Congonhas, Diamantina e Pampulha.
É também a segunda conquista internacional seguida do estado junto à Unesco, após o reconhecimento, em 2024, dos Modos de Fazer o Queijo Minas Artesanal como Patrimônio Cultural Imaterial da Humanidade.
Minas Gerais tornou-se o único estado brasileiro a conquistar dois títulos da Unesco em dois anos consecutivos.
Barroco da natureza
Situado entre as cidades de Januária, Itacarambi e São João das Missões, o Parque Nacional Cavernas do Peruaçu é um dos sítios naturais e arqueológicos do Brasil com cânions e cavernas monumentais, com mais de 500 formações catalogadas.
Lá também há a estalactite conhecida como Perna da Bailarina, com 28 metros, arte rupestre com mais de 12 mil anos de história, ecossistemas entre Cerrado, Caatinga e Mata Atlântica, além de território de comunidades tradicionais e indígenas, como o povo Xacriabá.
O local ainda conta com mais de 200 cavernas catalogadas e 114 sítios arqueológicos. O cânion possui 38.003 hectares e abriga cavernas com pinturas rupestres bem preservadas. Uma das mais impressionantes é a Gruta do Janelão, com mais de 100 metros de altura e largura.
Turismo
A chancela da Unesco ao Vale do Peruaçu deverá representar um divisor de águas para o turismo no Norte de Minas Gerais. A expectativa é de um aumento expressivo na visitação nacional e internacional, com impactos diretos na geração de emprego e renda nos municípios de Januária, Itacarambi e São João das Missões, além de toda a região do Médio São Francisco.
Estudos comparativos com outros sítios reconhecidos pela Unesco no Brasil indicam um crescimento de até 30% no fluxo turístico nos primeiros três anos após a titulação, com maior permanência média, atração de investimentos em infraestrutura, fomento ao turismo de base comunitária e valorização dos modos de vida tradicionais.
Além de fortalecer o turismo de natureza, o título deverá consolidar o Peruaçu como um destino de turismo arqueológico, cultural, indígena e ecológico.