Um policial militar, de 44 anos, foi preso nesta segunda-feira (18) em Belo Horizonte suspeito de receber dinheiro de pessoas envolvidas com o
O pedido de prisão partiu do Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Graeco) e da 9ª Promotoria de Justiça. De acordo com o documento obtido pela reportagem, existem indícios robustos de que o militar utilizava uma conta em nome de terceiros para lavar dinheiro recebido de indivíduos ligados ao tráfico e ao crime organizado, incluindo depósitos vindos de uma distribuidora de bebidas localizada no bairro
A investigação também identificou que o militar tinha um “padrão de vida incompatível” com o salário recebido, que atualmente gira em torno de R$ 9 mil. Entre os indícios que corroboram essa suspeita, estão a compra de um veículo da marca BMW avaliado em R$ 245 mil e a troca imediata por um carro da marca Chevrolet. Além disso, foram encontrados indícios de que o filho do militar teria movimentado dinheiro a mando do pai.
Segundo o juiz André de Mourão Motta, responsável pela decisão, “a manutenção do investigado em liberdade, nesse contexto, potencializa a continuidade delitiva, favorece a circulação de proveitos ilícitos e corrói a credibilidade institucional”.
“Tratando-se de policial militar que, por dever de ofício, ostenta a condição de garantidor da segurança pública, o desvio de conduta apontado provoca repulsa social e, de modo particular, abalamento entre os demais policiais militares, que se dedicam ao trabalho com probidade. Tal quadro impacta de forma profunda a estrutura hierárquica e disciplinar da Polícia Militar, instituição vocacionada à preservação da ordem e à manutenção da segurança pública. Em termos práticos, os elementos coligidos indicam que o investigado se valeu da farda para atuar, na prática, como um verdadeiro “infiltrado” no seio da Corporação, convertendo o capital simbólico da função em vantagem para agentes criminosos e em detrimento da disciplina e do prestígio institucional”, argumenta o juiz na decisão.
Homenagem por apreensão
Em 2017, o suspeito e outros três militares receberam “voto de congratulações” após uma operação que terminou com a prisão de uma pessoa e a apreensão de 35 quilos de maconha em uma casa no bairro Nova Cachoeirinha. O pedido foi feito pelo deputado estadual Cabo Júlio (PMDB).