O casal que passou mal e a idosa que morreu após consumirem uma torta de frango de uma padaria no bairro Serrano, na Região da Pampulha, foram intoxicados pela toxina botulínica — ou seja, botulismo causado por bactéria. A conclusão foi divulgada pela Polícia Civil em coletiva de imprensa na manhã desta quarta-feira (27).
O padeiro e o dono do estabelecimento foram
“A investigação concluiu que houve, de fato, intoxicação pela toxina botulínica, proveniente de uma bactéria, tanto na idosa de 75 anos quanto no casal de 23 e 24 anos. A contaminação foi decorrente da ingestão de um alimento impróprio para o consumo — uma torta de frango adquirida no mesmo dia”, disse delegada Elyenni Célida, da Delegacia Especializada de Defesa do Consumidor.
A delegada chamou a atenção para as condições em que os alimentos eram produzidos, armazenados e comercializados. “Havia muitas irregularidades: alimentos não estavam devidamente acondicionados, havia mistura de produtos crus com prontos, recipientes destampados e ausência de refrigeração adequada”, destacou.
Ainda segundo a investigadora, quem produziu a torta tinha apenas cinco dias de trabalho. “Não havia carteira assinada, nada formalizado. Era uma condição totalmente irregular. Eles sequer sabiam a qualificação do próprio padeiro e não tinham informações básicas como endereço ou nome completo dele. Isso reforça a conclusão de que havia falta de respeito e de cuidado em um local que comercializa alimentos.”
A reportagem da Itatiaia entrou em contato com o advogado do padeiro, que afirmou ainda não ter tido acesso ao resultado do inquérito.
Relembre o caso
No dia 21 de abril deste ano, Fernanda Isabella e José Vitor compraram uma torta de frango na Padaria Natália, localizada no bairro Serrano, na região da Pampulha, em Belo Horizonte, e levaram o alimento para a casa de Cleuza Maria.
Após perceberem que a torta apresentava sinais de deterioração, os jovens retornaram ao estabelecimento e a devolveram. No dia seguinte, os três passaram mal e foram internados em estado grave.
A padaria, que funcionava sem alvará sanitário, foi interditada pela Prefeitura de Belo Horizonte (PBH). Na época, o proprietário e o padeiro foram ouvidos e liberados pela Polícia Civil.