Ouvindo...

Polícia Civil dá entrevista coletiva sobre caso de gari assassinado em BH; acompanhe ao vivo

Empresário apontado como principal suspeito do crime teve prisão ratificada pela Polícia Civil. Gari foi morto na manhã dessa segunda-feira (11)

Os detalhes da investigação sobre o caso do gari assassinado em Belo Horizonte serão concedidos pela Polícia Civil de Minas Gerais (PCMG) nesta terça-feira (12) em coletiva de imprensa, que poderá ser acompanhada pelo canal da Itatiaia no Youtube, a partir das 16h.

O principal suspeito de cometer o crime, identificado como o empresário Renê da Silva Nogueira Júnior, 47 anos, foi preso em flagrante em uma academia no bairro Estoril, na região Oeste de Belo Horizonte. Se condenado, ele pode responder pelos crimes de ameaça e homicídio qualificado, por motivo fútil e uso de recurso que dificultou ou impossibilitou a defesa da vítima.

Segundo a Polícia Civil, o suspeito foi reconhecido por três testemunhas ouvidas pela corporação. O crime aconteceu após uma briga de trânsito no bairro Vista Alegre, região Oeste de Belo Horizonte, na manhã dessa segunda-feira (11/8).

A vítima, identificada como Laudemir de Souza Fernandes, de 44 anos, foi atingida por disparo de arma de fogo. Ele chegou a ser socorrido e encaminhado para atendimento médico, mas não resistiu aos ferimentos.

Morto enquanto trabalhava

Em nota, a Superintendência de Limpeza Urbana (SLU) lamentou o “falecimento do gari e destacou que ele estava trabalhando quando foi assassinado”. O dono da empresa terceirizada da Prefeitura de Belo Horizonte (PBH) contou à Itatiaia que o suspeito colocou um revólver no rosto da motorista do caminhão antes de disparar contra o gari, que deixa uma filha.

“A motorista disse que a rua é larga, que ela encostou o caminhão um pouco e pediu para o rapaz, que estava em um BYD grande, passar. Só que ele já tirou o revólver, colocou na cara dela e falou que, se ela encostasse no carro dele, iria matar todo mundo”, contou o dono, que não será identificado.

Os garis pediram “pelo amor de Deus” para que o condutor não atirasse, mas não adiantou. “O carro já tinha passado. Aí ele saiu do carro, deu um tiro e acertou o abdômen desse gari. Ele foi socorrido para o hospital Santa Rita, mas faleceu. Agora é tentar, através de imagens de câmeras, localizar a pessoa. Coisa bárbara. A gente nunca viu uma situação dessas. Muito triste”, lamentou.

Procedimento disciplinar foi aberto pela Polícia Civil

O suspeito é marido da delegada da Polícia Civil Ana Paula Balbino Nogueira e nega o crime. No entanto, apresentou versões diferentes para o caso. Renê foi preso pela Polícia Militar (PM) em uma academia horas após o assassinato. Uma pistola calibre .380 — mesmo calibre da arma usada pela delegada — foi apreendida pela Polícia Civil no apartamento do casal, no bairro Vila da Serra, em Nova Lima, na Grande BH.

Segundo a Polícia Civil, a Corregedoria-Geral da instituição instaurou um procedimento disciplinar e inquérito policial para apurar todos os elementos relacionados à eventual conduta de uma delegada que possui vínculo pessoal com o suspeito detido. “A Polícia Civil se solidariza com os familiares da vítima e reforça seu compromisso com a legalidade, a imparcialidade e a elucidação completa dos fatos”, informou a corporação em nota.

Comoção em velório

O corpo do gari Laudemir de Souza Fernandes, de 44 anos, foi enterrado na tarde desta terça-feira (12) no Cemitério Glória, em Contagem, na Grande BH.

A família dele pede por Justiça e prestou homenagem ao trabalhador durante velório na Igreja Quadrangular, no bairro Nova Contagem, na Grande BH. A enteada de Laudemir, Jéssica França, contou como receberam a notícia e falou sobre a revolta da família.

Segundo Jéssica, a notícia da morte chegou de forma abrupta. “Primeiro, alguém falou que ele tinha se machucado. Na hora, o coração já apertou. Depois, vimos que não era isso. Quando recebi a notícia, já estava no jornal, todo mundo já sabia”, contou.

“O racismo estrutural já existe contra um preto que está trabalhando, e vem um playboy e tira a vida dele. Isso resume o que aconteceu. Como uma pessoa anda armada se a profissão dela não exige porte de arma? Ele simplesmente saca e atira em um trabalhador. E aí, um homem extremamente perigoso sai do local com o rosto tampado. O rosto do Laudemir está em todos os lugares, e o do bandido a gente viu quantas vezes? Esse homem é um bandido. Ele é o assassino”, declarou.

*Sob supervisão de Lucas Borges

Leia também

Rebeca Nicholls é estagiária do digital da Itatiaia com foco nas editorias de Cidades, Brasil e Mundo. É estudante de jornalismo pelo Centro Universitário de Belo Horizonte (UNIBH). Tem passagem pelo Laboratório de Comunicação e Audiovisual do UniBH (CACAU), pela Federação de Agricultura e Pecuária de Minas Gerais (Faemg) e pelo jornal Estado de Minas
Cursou jornalismo no Unileste - Centro Universitário Católica do Leste de Minas Gerais. Em 2009, começou a estagiar na Rádio Itatiaia do Vale do Aço, fazendo a cobertura de cidades. Em 2012 se mudou para a Itatiaia Belo Horizonte. Na rádio de Minas, faz parte do time de cobertura policial - sua grande paixão - e integra a equipe do programa ‘Observatório Feminino’.
Repórter policial e investigativo, apresentador do Itatiaia Patrulha.
Jornalista formado pela Newton Paiva. É repórter da rádio Itatiaia desde 2013, com atuação em todas editorias. Atualmente, está na editoria de cidades.
Formada em jornalismo pelo Centro Universitário de Belo Horizonte (UniBH), já trabalhou na Record TV e na Rede Minas. Atualmente é repórter multimídia e apresenta o ‘Tá Sabendo’ no Instagram da Itatiaia.
Alex Araújo é formado em Jornalismo e Relações Públicas pelo Centro Universitário de Belo Horizonte (UniBH) e tem pós-graduação em Comunicação e Gestão Empresarial pela Universidade Pontifícia Católica de Minas Gerais (PUC Minas). Já trabalhou em agência de publicidade, assessoria de imprensa, universidade, jornal Hoje em Dia e portal G1, onde permaneceu por quase 15 anos.