Pacientes relataram longas horas de espera por atendimento no Hospital Risoleta Neves, na região Norte de Belo Horizonte, na manhã desta terça-feira (23). Segundo denúncias recebidas pela Itatiaia, o problema começou ainda na tarde de segunda-feira (22) e se agravou ao longo da noite.
A reportagem esteve no local e conversou com pessoas que aguardavam por atendimento há mais de 10 horas. Uma delas, Alessandra Medeiros Pinheiro, de 49 anos, técnica de enfermagem, relatou que chegou ao hospital por volta das 20h de segunda-feira (21) e, até o início da manhã desta terça, ainda não havia sido consultada por um médico.
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“Estou com dores abdominais fortes, com medo de infecção generalizada, e até agora só passei pela triagem. É um absurdo, um descaso total. Muita gente foi embora porque não aguentou esperar a noite toda”, afirmou Alessandra.
Outros pacientes relataram sintomas de doenças respiratórias e também disseram estar há várias horas sem atendimento médico. Um homem que chegou por volta das 4h da manhã, com calafrios e mal-estar, também informou que apenas passou pela triagem.
Apesar de a sala de espera estar relativamente tranquila, com bancos disponíveis e cerca de 10 a 12 pessoas aguardando, o gargalo está no atendimento médico — ou seja, na chamada para os consultórios após a triagem.
A unidade é administrada pela Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) e recebe recursos dos governos federal, estadual e municipal. Mesmo assim, os relatos de superlotação e demora nos atendimentos têm se repetido ao longo de 2025.
Em janeiro, abril e também no último dia 14 de julho, o hospital chegou a limitar o número de pacientes devido à alta demanda.
O hospital se manifestou em nota. Leia na íntegra:
“O Hospital Risoleta Tolentino Neves informa que no fim da noite desta segunda-feira, 14/07, o atendimento a pacientes não-críticos no Pronto-Socorro foi retomado gradualmente. Ao longo do dia de hoje (15/07), o tempo de espera para este perfil de pacientes ainda pode ser prolongado, uma vez que a unidade ainda opera acima da sua capacidade.
Neste momento, além dos casos de emergência e muito urgentes, as demandas não-críticas estão sendo atendidas, seguindo prioridade clínica estabelecida pelo Protocolo de Manchester.
Dados de atendimento
Para a retomada dos atendimentos foram adotadas todas as medidas previstas no Plano de Capacidade Plena e após um grande esforço das equipes e apoio da Rede de Urgência e Emergência, foi possível agilizar processos internos que viabilizaram a retomada do serviço. Neste momento, 141 pacientes estão em atendimento no Pronto-Socorro.
O Risoleta reafirma o seu compromisso com a saúde pública e garante que todos os esforços continuarão a ser feitos para manter a assistência à população que depende do Hospital.”