Imagine ter que acordar cedo no dia seguinte para trabalhar e, no meio da madrugada, não conseguir dormir por causa do barulho ensurdecedor de motos cortando o giro e carros com caixas de som no volume máximo. É com isso que moradores e comerciantes do entorno da praça na Avenida Guarapari, no bairro Santa Amélia, região da Pampulha, em Belo Horizonte, convivem há cerca de três anos, todos os finais de semana: bailes funk que só terminam com o nascer do sol.
Em agosto de 2023, a festa chegou a terminar em morte, quando um rapaz de 22 anos foi atingido por um tiro durante uma briga generalizada. Depois disso, segundo moradores, a situação melhorou por alguns meses, mas voltou a piorar, com alguns bares incentivando a bagunça.
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O impacto na comunidade tem sido significativo: moradores estão se mudando da região, enquanto outros optam por dormir em hotéis nos fins de semana para fugir do barulho. Comerciantes também foram afetados, com alguns fechando as portas devido à desordem constante.
“É impressionante quando a gente chega aqui no sábado e na segunda-feira, a quantidade de lixo na porta e muito pino de cocaína, muita droga no chão”, contou um comerciante que preferiu não se identificar.
Agora, os moradores querem que a Prefeitura estabeleça um horário máximo de funcionamento para todos os bares. “Tem dois anos que a gente está com o sentimento de grande desamparo do poder público”, disse uma moradora, que também pediu para não ter o nome divulgado.
Em nota, a Prefeitura de Belo Horizonte informou que coordena operações constantes para coibir eventos clandestinos em espaços públicos e que são realizadas ações semanais em estabelecimentos na região da praça Guarapari. Segundo a PBH, foram aplicadas 10 multas por poluição sonora, uso irregular de mesas e cadeiras, além de quatro interdições por ruídos excessivos e atividade de risco. Por fim, afirmou que foi realizada uma reunião com os empreendedores locais.
