O influenciador digital Lohan Ramires, de 32 anos e com mais de 600 mil seguidores nas redes sociais, foi preso nos Emirados Árabes Unidos. O homem, nascido em Uberlândia, era considerado foragido da Justiça e estava na lista da Interpol. De acordo com o Ministério Público de Minas Gerais (MPMG), as penas do réu somam mais de 23 anos de prisão pelos crimes de tráfico de drogas, associação criminosa, lavagem de dinheiro, falsidade ideológica e outros delitos.
A ação que prendeu Lohan Ramires teve participação do MPMG, Polícia Civil de Minas Gerais (PCMG), Polícia Federal (PF) e Interpol. O homem ostentava uma vida de luxo no país do Oriente Médio.
Com a prisão, os próximos passos são trâmites burocráticos visando a sua extradição para o Brasil, onde cumprirá as penas já impostas pela Justiça, inclusive com trânsito em julgado, ou seja, que não cabe mais recurso.
O MPMG explica que “a localização e a prisão do foragido foram possíveis após trabalho de inteligência conduzido pelo MPMG, por meio da Secretaria de Assuntos Internacionais (SAI), do Gabinete de Segurança e Inteligência (GSI), da Secretaria Geral da Procuradoria-Geral de Justiça e do Gaeco Uberlândia, pela Polícia Civil, por meio do Setor de Inteligência da Coordenadoria de Operações Estratégicas (COE) e da Agência de Inteligência do 9º Departamento de Uberlândia, pela Diretoria de Operações Integradas e de Inteligência (Diopi) da PF e pela Interpol”.
Alvo de operações
Lohan Ramires foi um dos principais alvos das operações Diamante de Vidro, Má Influência e Erínias, conduzidas pelo MPMG, por meio do Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco) e do Centro de Apoio Operacional das Promotorias de Justiça de Defesa da Ordem Econômica e Tributária (Caoet), em conjunto com as Polícias Civil e Militar, e com o apoio do núcleo de acompanhamento criminal da Receita Estadual de Minas Gerais.
De acordo com o MPMG, “as operações apuraram a atuação de organizações criminosas voltadas ao tráfico de drogas, movimentação ilícita de capitais e até um suposto esquema para atentar contra autoridades de segurança pública”.
Em uma etapa da operação Diamante de Vidro — voltada a combater o tráfico de drogas, receptação, estelionato e lavagem de capitais —, Ramires foi condenado a uma pena de sete anos e seis meses de reclusão. Noutra, foi condenado a três anos de reclusão.
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Já na operação Má Influência — que ganhou esse nome em razão de o investigado atuar como influenciador digital, com mais de meio milhão de seguidores, mas, na realidade, promover a venda ilegal de anabolizantes, além de praticar lavagem do capital auferido com as atividades ilícitas, por meio da aquisição de joias, veículos de luxo e ocultação de dinheiro em espécie —, foi condenado a uma pena de 12 anos, 11 meses e 18 dias de reclusão, já transitada em julgado.
O homem também foi um dos principais investigados da operação Erínias, que apurou um esquema para assassinar autoridades da comarca de Uberlândia. Segundo o Gaeco de Uberlândia, o homem preso ainda é réu em outros processos pendentes de decisão judicial.
A reportagem da Itatiaia entrou em contato com a defesa de Lohan Ramires mas ainda não obteve resposta. O espaço segue aberto para posicionamento.