O homem, de 46 anos, preso por lesão corporal neste sábado (2), em Contagem, na região metropolitana de Belo Horizonte,
De acordo com a Polícia Civil, neste domingo (3), ele assinou um Termo Circunstanciado de Ocorrência (TCO) e se comprometeu a comparecer ao Juizado Especial Criminal. “Após a formalização do TCO, o indivíduo foi liberado”, informou a corporação. A PC investiga.
O que aconteceu
O caso aconteceu na rua Bragança, onde integrantes do terreiro de Umbanda Luzes de Nanã realizavam uma oferenda espiritual, conhecida como despacho, em uma encruzilhada.
Segundo relato de uma das vítimas, que não será identificada, de 18 anos, o dono de uma oficina mecânica saiu do estabelecimento alterado, chutando as oferendas e partindo para agressões físicas contra os praticantes da religião.
“Não era nenhum ritual completo. A gente só estava pegando a farinha que estava dentro do alguidar — nem deixamos o alguidar lá — e jogando na encruzilhada. Não era na porta da oficina dele, nem perto. Mesmo assim, ele veio pra cima da gente”, disse.
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Ao menos 20 pessoas do terreiro participavam do ato religioso. Um adolescente de 17 anos ficou ferido após levar um soco na cabeça e perder a consciência. Ele caiu e machucou o joelho, precisando de curativos. “Ele foi tentar me defender quando eu estava sendo agredida e levou um soco. Chegou a desmaiar”, disse a jovem.
De acordo com os integrantes do grupo, o agressor ainda teria ameaçado buscar uma arma e tentou atacar com um facão. "É intolerância religiosa. Ele não apenas nos agrediu, mas tentou algo pior”, afirmaram. “Ele tentou nos matar. Chegou a puxar um facão, tentou nos esfaquear e ainda disse que ia buscar uma arma. Até agora, nada foi resolvido”, acrescentou.
Outro lado
Por outro lado, o homem detido deu sua versão à reportagem. Ele afirma que os religiosos chegaram com cerca de 15 pessoas, com garrafas, bandejas e farofa, e teriam feito barulho em frente à sua oficina.
“Colocaram aquilo bem na porta da minha oficina. Eu nem sabia exatamente o que era, se era oferenda ou outra coisa. Pedi com educação para não colocarem ali. Ninguém tirou. Pedi de novo, e nada. Fui falar com uma das moças do grupo, e ela jogou farofa em mim. Quando fui empurrá-la, todo mundo pulou em cima de mim, começaram a me bater, me chutar, desferiram socos e pontapés. Tentei me defender”, disse.
Ele nega intolerância religiosa. “Não tenho religião. Acredito em Deus. Cada um tem o direito de fazer o que quiser, mas que faça na casa dele, não na porta da minha oficina. Fui agredido também, estou todo arranhado”, afirmou.
O homem também negou que tenha ameaçado o grupo com facão ou arma de fogo.