A mãe da assistente administrativa Gisele Cristina está internada no Hospital Odilon Behrens, em Belo Horizonte, aguardando uma cirurgia de emergência na coluna cervical, após sofrer uma queda da escada de um ônibus da empresa Jasmin Turismo na última quinta-feira (12) junho, quando embarcava de Caldas Novas para a capital mineira. A filha conta que a mãe, Gislene Isabel Bernardo, de 63 anos, inicialmente foi atendida no hospital de Pronto-Socorro João XXIII, onde passou por uma tomografia e foi liberada em seguida, sem o diagnóstico de fratura. Agora, o quadro se agravou e a mãe apresenta paralisia dos braços e pernas.
Conforme a filha, de 43 anos, a queda ocorreu por volta das 9h30, quando a mãe retornava de um passeio organizado pelo grupo da terceira idade Cruz de Malta. Ao embarcar no ônibus de dois andares, ela foi acomodada no segundo andar e sofreu uma queda da escada até o piso inferior. A filha explica que, mesmo ferida, a mãe foi recolocada na poltrona e a execução seguiu viagem. A mãe chegou a Belo Horizonte apenas às 23h30 da noite, com dor na nuca e no braço, e só então a filha foi informada sobre a queda.
A idosa foi levada ao Hospital João XXIII à meia-noite, mas só foi atendida às 9h30 da manhã seguinte, permanecendo cerca de 24 horas sem atendimento médico adequado. No João XXIII, uma tomografia foi realizada, e o médico informou à família que não havia nenhuma fratura, prescrevendo medicamentos para dor.
Gislene voltou para a casa. No entanto, começou a sentir fortes câimbras nos braços, o que levou a família a levá-la ao hospital Odilon Behrens. Lá, refizeram os exames e, ao analisar a tomografia feita no João XXIII, foi constatada a fratura na cervical C5 e C6. Segundo Gisele, a fratura já estava visível na tomografia inicial. “Se houvesse sido dada a devida atenção no primeiro hospital, a cirurgia poderia ter sido realizada no mesmo dia”, avalia a filha.
A mãe de Gisele permanece internada no Odilon Behrens, mas, conforme a filha, a cirurgia não pode ser realizada no local devido à falta do material necessário. “Um neurologista está tentando conseguir uma vaga para ela no Hospital São Francisco, mas ainda sem sucesso”, diz Gisele, explicando que, embora sua mãe tenha chegado ao hospital caminhando e reclamando apenas de dormência, sua situação piorou.
“A minha mãe tá movimentando o pescoço, mas não tá movimentando mais os braços, não tá movimentando mais as pernas. Ela tem problema de coluna, ela não tá aguentando mais ficar deitada, porque ela tem que ficar numa posição para não causar mais fratura”, explicou a filha, que veio à radio Itatiaia pedir socorro”, disse a filha, que reclama ainda falta de apoio da Jasmim Turismo, uma vez que não está conseguindo acionar o seguro viagem.
Veja as notas:
FHEMIG
Para respondermos sobre o caso, seria necessário acessar o prontuário da paciente - o que é proibido pela Lei Geral de Proteção de Dados (LGPD) e pelo sigilo médico. Somente a paciente ou seu responsável legal podem acessar essas informações. A orientação é que esclareçam o atendimento pessoalmente no Hospital João XXIII. Quanto à transferência, a Fhemig é prestadora de serviços ao gestor municipal, não tendo gerenciamento sobre a regulação do SUS.
NOTA SAÚDE/PBH:
A Prefeitura de Belo Horizonte informa que a paciente está cadastrada na Central de Internação do município (CINT) para transferência hospitalar. O sistema é dinâmico e funciona 24 horas, sete dias da semana. Quando a solicitação chega, o quadro clínico do paciente é avaliado por um médico regulador e, de acordo com a disponibilidade de vagas, o paciente é encaminhado para o hospital. Enquanto aguarda transferência, a paciente está recebendo toda a assistência médica necessária e permanece sob acompanhamento da equipe multiprofissional do Hospital Metropolitano Odilon Behrens.
NOTA JASMIM TURISMO:
Ocorre que, no dia 12 do mês de junho do corrente ano, quando a senhora Gislene retornava de uma viagem realizada junto à nossa empresa da cidade de Caldas Novas, a mesma sofreu uma queda durante o embarque de retorno, enquanto o ônibus se encontrava estacionado em frente ao hotel onde se encontravam hospedados os nossos clientes. Diante da queda, nossos motoristas tomaram os cuidados necessários e cabíveis naquele momento. Por inúmeras vezes nossa equipe se prontificou a encaminhar a senhora Gislene ao hospital para que a mesma pudesse receber atendimento médico, sendo que a passageira se recusou a tanto. Já na data de 18 de junho de 2025, fomos acionados pela senhora Gizele, filha da senhora Gislene nos dando conta do estado de saúde da mesma. A seguradora foi acionada e desde o dia 18 nossa empresa vem prestando toda a assistência possível. Contudo, agora por questões documentais nos encontramos aguardando o retorno da seguradora. Esperando termos esclarecido a situação nos colocamos à disposição.