O pequeno Nicolas Gabriel Brito Figueiredo, de apenas seis anos, morreu, na tarde desta quarta-feira (27), após atendimento na Unidade de Pronto Atendimento (UPA) do Hospital Municipal Madalena Parrillo Calixto, em Santa Luzia, na Grande BH. Familiares denunciam que o quadro de saúde do garoto piorou, evoluindo ao óbito, após recebimento de medicação no local. Eles acreditam que o menino não recebeu o atendimento necessário.
A Itatiaia entrou em contato com a família de Nicolas. A avó contou que o garoto foi levado à UPA pela mãe sentindo dores de barriga e vomitando, com sinais de febre e dor de garganta, mas sem aparentar algo grave.
“Eles colocaram ele no soro e aplicaram dipirona e uma benzetacil. Aí deram a receita médica e disseram que ele estava liberado”, contou. O garoto também recebeu uma ampola de glicose.
Segundo informações, Nicolas Gabriel, que completaria 7 anos de idade no próximo dia 1, teria sido diagnosticado com uma virose.
Questionada se entende que houve negligência médica, a avó do garoto foi direta: “Sim, muita”.
“Ele não tinha nada, estava vomitando e com diarreia. Assim que medicaram ele e mandaram embora ele deu um grito, começou a se debater, agonizar no colo dela. Um moço ajudou a socorrer ele, mas teve a parada cardíaca”, afirmou.
O pequeno Nicolas Gabriel completaria 7 anos de idade nesta segunda-feira (1)
Médico levantou possibilidade de reação alérgica
Consta no Boletim de Ocorrência (BO), ao qual a Itatiaia teve acesso, que assim que mãe e filho deixaram a UPA, o garoto apresentou tontura e tremores. Populares então ajudaram a reconduzir Nicolas Gabriel ao hospital, onde deu nova entrada já com quadro convulsivo.
O garoto então foi encaminhado à emergência e a mãe relatou ter percebido movimentação atípica no local. Porém, não foi permitido que ela acessasse o local onde o garoto estava. A mulher ficou cerca de uma hora aguardando notícias.
Passado este tempo, o médico chamou os pais ao consultório médico, onde foram informados que as medicações ministradas podem ter resultado em uma reação alérgica e que Nicolas havia sofrido duas paradas cardiorrespiratórias. Afirmou, ainda, que as tentativas de reanimação não deram certo e que o garoto veio a óbito.
A equipe médica responsável e a família da criança prestaram depoimento na delegacia de polícia.
O corpo de Nicolas Gabriel foi levado ao IML. A Perícia esteve no local.
Familiares teriam vandalizado UPA
Consta no BO que familiares de Nicolas “visivelmente alterados” teriam agredido funcionários e vandalizado a unidade de saúde após a morte do garoto.
No local, os policiais encontraram uma vidraça estilhaçada, além de avarias na madeira de uma parede. Porém, não foi possível identificar o autor dos danos.
Morte de gari: juíza cita ‘tumulto processual’ e intima Renê a definir advogado ‘Você vai atirar na gente trabalhando?’, disse amigo de gari morto em serviço em BH Mulher morre após passar mal em academia em Belo Horizonte
Prefeitura emite nota e diz que haverá apuração minuciosa
A Prefeitura de Santa Luzia emitiu nota “lamentando profundamente o ocorrido” e afirmou que irá “todas as medidas necessárias para elucidar plenamente os fatos serão adotadas”.
Leia o comunicado na íntegra:
“A Prefeitura de Santa Luzia lamenta profundamente o falecimento do aluno Nicolas Gabriel Brito Figueiredo, de 6 anos, ocorrido na tarde desta quarta-feira (27/08), após atendimento na Unidade de Pronto Atendimento (UPA) Sede. Manifestamos nossa solidariedade e consternação diante dessa perda irreparável, unindo-nos à dor de familiares, amigos e da comunidade escolar.
De acordo com o relatório médico, Nicolas deu entrada na unidade apresentando dor de garganta, febre e episódios de vômito. Foi avaliado, medicado, permaneceu em observação por aproximadamente duas horas e, após melhora clínica, recebeu alta com orientações médicas. Poucos minutos após deixar a unidade, apresentou mal-estar súbito e foi reconduzido em estado grave, sendo submetido a manobras de ressuscitação cardiopulmonar, infelizmente sem sucesso.
A Secretaria Municipal de Saúde determinou a apuração minuciosa do caso, incluindo a análise detalhada dos prontuários e dos protocolos adotados, a fim de esclarecer as circunstâncias do ocorrido. Ressaltamos que não foram identificados indícios de negligência ou imperícia no atendimento prestado pela equipe médica.
A administração municipal reforça seu compromisso com a transparência, com a ética e, acima de tudo, com a vida. Todas as medidas necessárias para elucidar plenamente os fatos serão adotadas, em respeito à memória de Nicolas e à sua família.
Santa Luzia, 27 de agosto de 2025”.