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Defesa de dirigentes da Máfia Azul presos em BH critica investigação policial: ‘sem imparcialidade’

A operação que prendeu Arthur Guedes e Messias foi realizada em Belo Horizonte, Contagem e Brasília (DF) e investiga um crime ocorrido em 13 de março, no bairro Padre Eustáquio, na região Noroeste da capital

A defesa do presidente e do vice-presidente da Máfia Azul, Arthur Guedes e Messias, presos na manhã desta terça-feira (10) durante uma operação conjunta da Polícia Civil e da Polícia Militar de Minas Gerais, criticou a condução da investigação.

“As autoridades policiais demonstram, de forma notória, a ausência de imparcialidade, adotando reiteradamente medidas mais severas contra integrantes da Máfia Azul”, afirmaram as advogadas Júlia Almeida e Lúnia Lima, por meio de nota oficial.

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A operação foi realizada em Belo Horizonte, Contagem e Brasília (DF) e investiga um crime ocorrido em 13 de março, no bairro Padre Eustáquio, na região Noroeste. Na ocasião, os suspeitos teriam invadido um estabelecimento onde a vítima estava acompanhada de sua mãe, com a intenção de agredi-la e roubar uma camisa de uma torcida rival. Durante a ação, a mãe da vítima também foi agredida ao tentar intervir. As autoridades apuram se o ataque foi premeditado.

Além de Arthur Guedes e Messias, um terceiro homem — ainda não identificado — foi preso. Outras quatro pessoas foram alvo de mandados de busca e apreensão. Mais informações serão divulgadas em coletiva de imprensa marcada para as 10h desta terça-feira.

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Confira a nota completa

“A defesa do presidente e do vice-presidente da Máfia Azul vem a público manifestar-se acerca da recente abertura de inquérito policial envolvendo seus representados. Esclarecemos que os fatos estão em fase inicial de investigação e, até o momento, não há provas concretas que sustentem qualquer responsabilidade penal dos diretores da torcida organizada.

Reiteramos a confiança de que, no momento oportuno, todos os fatos serão devidamente esclarecidos e a verdade prevalecerá. A defesa acredita que os diretores estão sendo injustamente associados a condutas praticadas por terceiros, o que evidencia um tratamento seletivo e, por vezes, persecutório.

Recentemente, dois membros da torcida, conhecidos como Digô e Bidu, foram brutalmente assassinados em meio aos conflitos entre torcidas organizadas. Até o presente momento, não houve prisões ou responsabilizações pelos crimes, tampouco informações oficiais sobre o andamento de investigações relacionadas a essas mortes.

Diante do cenário de constantes conflitos entre torcidas organizadas, é notória a ausência de imparcialidade por parte das autoridades policiais, que reiteradamente adotam medidas mais severas contra integrantes da Máfia Azul. Ressaltamos que a torcida vem sendo alvo de sucessivos ataques por parte de rivais e tem, de forma contínua, comunicado tais ocorrências às autoridades competentes, sem que se perceba o mesmo rigor investigativo ou empenho para apurar os delitos praticados contra seus membros.

Dessa forma, a defesa reafirma que considera a prisão dos diretores como medida arbitrária e desproporcional, e seguirá atuando com firmeza e dedicação para demonstrar sua inocência e restaurar a justiça.’'

Formou-se em jornalismo pela PUC Minas e trabalhou como repórter do caderno de Gerais do jornal Estado de Minas. Na Itatiaia, cobre principalmente Cidades, Brasil e Mundo.
Repórter policial e investigativo, apresentador do Itatiaia Patrulha.
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