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Cresce número de pessoas em situação de rua em BH; cidade lidera ranking em MG

Mais de 15 mil pessoas vivem nas ruas da capital mineira; coordenadores destacam impacto da pandemia e falta de moradia

O Centro Pop Miguilim, unidade pública municipal especializada no atendimento e acompanhamento de crianças e adolescentes em situação de rua

Um levantamento do Observatório Brasileiro de Políticas Públicas com a População em Situação de Rua, com base em dados do Ministério do Desenvolvimento e Assistência Social, Família e Combate à Fome, revela que mais de 351 mil pessoas vivem em situação de rua no Brasil. Em Minas Gerais, são 32.087, das quais 15.236 estão em Belo Horizonte.

O número de crianças nessa condição é subnotificado, mas a pesquisa aponta ao menos 81 casos no estado, sendo 50 registrados na capital mineira. O Coordenador do Polo de Cidadania da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), André Luiz Freitas Dias aponta os principais fatores que contribuem para esse cenário.

“Normalmente podem ser relacionados a três fatores fundamentais. O primeiro fator é o fortalecimento, né, da base de dados do CadÚnico, Cadastro Único para Programas Sociais do Governo Federal, como o principal instrumento não somente de registro dessas pessoas, dessas famílias, como também de acesso, né, de políticas públicas sociais do nosso país”, afirma.

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Para enfrentar esse problema em Belo Horizonte, o Centro de Referência Especializado para a População em Situação de Rua, Centro Pop Miguelim, oferece atendimento e acompanhamento especializado a crianças e adolescentes em situação de rua — seja por viverem nelas ou por utilizarem-nas como espaço de sobrevivência.

Coordenadora do Centro Pop Miguelim, Luía Leite Coelho explica como funciona o atendimento: “Temos um serviço de referência, que funciona todos os dias da semana, das 8h em diante. Oferecemos refeições, banho, oficinas socioeducativas e atendimento individualizado.”

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Atualmente, cerca de 140 crianças e adolescentes são atendidos no local, todos com um objetivo comum: buscar um futuro mais digno. “Sempre buscamos alternativas para que esse adolescente não permaneça na desproteção em que se encontra. Trabalhamos para que ele tenha acesso a um trabalho protegido e a um retorno à escola que faça sentido, permitindo a construção de um futuro mais digno”, conclui a coordenadora.

Jornalista formado na Estácio de Sá, tem experiência como repórter, editor e apresentador. É repórter da rádio Itatiaia na editoria de cidades