O aposentado Antônio Fraga, 73 anos, que teve a identidade furtada e era considerado morto pelo INSS, conseguiu provar que foi vítima de uma fraude por décadas e que está vivo. Em entrevista à Itatiaia nesta terça-feira (24), ele revelou que a juíza Daniele Bertolini Rosa Coelho, da Vara de Registros de Belo Horizonte, despachou pelo cancelamento da certidão de óbito.
O idoso era considerado morto pelo Estado brasileiro desde novembro de 2023, quando um outro homem, que se passava por ele, faleceu em Aparecida, em Goiás, iniciando um pesadelo burocrático a partir do ano passado, quando teve a aposentadoria cancelada por ser considerado morto. A saga de Antônio começou entre 1982, quando perdeu seu documento de identidade no banheiro da rodoviária de Belo Horizonte. O documento foi levado por José Anastácio, foragido da Justiça e autor de três feminicídios. Este criminoso falsificou o documento e passou a viver com o nome de Antônio.
Ele fugiu para o estado de Goiás, onde ele separou da primeira família e adquiriu uma segunda família. Ele tirou o retrato da minha identidade, colou o retrato dele e ficou usando”, disse o aposentado.
José Anastácio morreu em 2023 e uma das filhas dele solicitou o atestado de óbito em nome de Antônio. A funcionária não verificou a fundo o sistema, registrando a morte de “Antônio Fraga”. Com isso, o INSS suspendeu a aposentadoria do verdadeiro Antônio, que ficou sem receber salário por 2 anos. A situação criou sérios problemas também para a família de José Anastácio em Goiás, que agora tenta resolver a documentação.
A história de Antônio foi divulgada pela Itatiaia, ganhou visibilidade e a virada definitiva ocorreu quando a juíza Daniele Bertolini Rosa Coelho determinou o cancelamento da certidão de óbito via Justiça comum.
Com a certidão de óbito cancelada, a Justiça Federal, responsável pelo INSS, irá repor o dinheiro que Antônio deixou de receber e normalizar o pagamento de sua aposentadoria.