Imagens de câmeras de segurança flagraram Shaylon Cristian Ferreira, de 24 anos, suspeito de matar o policial penal Euler Pereira, de 42, deixando o Hospital Luxemburgo, na região Centro-Sul de Belo Horizonte, usando a farda do agente, na madrugada deste domingo (3). O vídeo, ao qual a Itatiaia teve acesso, mostra o jovem passando pela catraca como se fosse um policial.
Segundo a Secretaria de Estado de Justiça e Segurança Pública de Minas Gerais (Sejusp), Shaylon cumpria pena na Penitenciária José Martinho Drumond, em Ribeirão das Neves, na Grande BH, desde o dia 14 de julho. Ele tem passagens pelo sistema prisional desde 2018 e responde a diversos inquéritos por crimes como tráfico de drogas, furto, posse ilegal de arma de fogo e homicídio.
Segundo o presidente do Sindicato dos Policiais Penais de Minas Gerais, Jean Otoni, o policial acompanhava o preso, que já estava internado havia três dias. “Por volta das 2h40, o detento pediu para ir ao banheiro. Lá, entrou em luta corporal com o policial penal e conseguiu tomar as duas armas que estavam com ele”, contou.
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O detento atirou duas vezes contra o agente: uma vez na nuca e outra no tórax. “Os enfermeiros foram chamados, mas ao chegarem, o próprio preso já havia vestido a farda do policial penal e disse que a situação estava controlada. Por isso, nem os enfermeiros nem a segurança do hospital entraram no quarto imediatamente”, relatou.
Ainda disfarçado, o detento saiu pela porta da frente do hospital, usando a farda do policial, e chamou um carro de aplicativo. Funcionários acharam a situação estranha e acionaram a polícia. “Subiram até o quarto e encontraram o policial penal caído no chão, sem roupa”, disse o sindicalista.
Otoni criticou a ausência de uma equipe mínima adequada para a escolta. “Esse tipo de escolta deve ser feita por dois policiais penais. Essa é a norma de segurança. O outro policial que deveria estar com ele não foi localizado. Ninguém sabe onde ele está.”
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Para o sindicato, o ideal seria que três agentes fizessem a escolta de presos internados. “Quando um vai ao banheiro ou jantar, sobra apenas um agente. Por isso, defendemos o reforço. Mas hoje o número de policiais penais no estado é muito baixo”, alertou.
Prisão do suspeito
Shaylon Cristian foi localizado e preso pouco depois por militares do Tático Móvel do 22º Batalhão, quando tentava fugir em um carro de aplicativo. “Os policiais agiram com eficiência e rapidez. Ele ainda estava com as armas do agente penal e poderia ter causado uma tragédia ainda maior”, afirmou Jean Otoni.
A Polícia Civil informou que compareceu ao hospital para fazer a coleta de vestígios. O suspeito foi levado para a 2ª Central Estadual do Plantão Digital, onde as providências legais serão tomadas. A Corregedoria da Polícia Penal vai apurar o caso.
O Hospital Luxemburgo lamentou, por meio de nota, o ocorrido e reforçou que nenhum civil ingressou armado nas dependências da unidade e que segue “rigorosamente, todos os protocolos internos de segurança”, afirmou.
Assim que a situação foi identificada, a equipe assistencial acionou o protocolo de emergência, prestando imediato atendimento e todos os esforços de reanimação à vítima.
“Paralelamente, as forças de segurança foram acionadas, e a instituição colaborou integralmente com os órgãos competentes. Desde o ocorrido, a equipe multiprofissional da unidade está prestando acolhimento e suporte emocional aos colaboradores envolvidos direta ou indiretamente na ocorrência”, informou.
Veja o que diz a Sejusp
“A Secretaria de Estado de Justiça e Segurança Pública de Minas Gerais (Sejusp) informa que instaurou um procedimento interno para apurar administrativamente o episódio que ocorreu na madrugada deste domingo (3/8), no Hospital Luxemburgo, em Belo Horizonte.
Um preso de 24 anos, que estava internado para tratamento médico desde o dia 27/7, entrou em luta corporal com um dos policiais penais da escolta, tomou a arma e atirou contra o servidor. O policial penal foi imediatamente socorrido, mas não resistiu aos ferimentos. O preso conseguiu fugir, mas foi capturado em seguida pela Polícia Militar. As investigações criminais estão sob responsabilidade da Polícia Civil.
O detento havia sido admitido na Penitenciária José Martinho Drumond, em Ribeirão das Neves, no dia 14/7, e possui passagens pelo sistema prisional desde 2018, respondendo a diversos inquéritos por crimes como tráfico de drogas, furto, posse ilegal de arma de fogo e homicídio.
A Sejusp lamenta a morte do servidor e se solidariza com familiares, amigos e colegas do policial penal.”
